«Sacramentum Caritatis» dá muitas perspectivas para uma vivência mais intensa deste sacramento. No dia da publicação da Exortação Apostólica de Bento XVI – «Sacramentum Caritatis» – o Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) esteve reunido em Fátima. Em declarações aos jornalistas, D. Carlos Azevedo, porta- Voz da CEP considerou que o documento tem “muitas perspectivas para uma vivência mais intensa e mais espiritual da Eucaristia”. O documento reflecte as conclusões do Sínodo de 2005. “Não há grandes novidades mas não se esperava que houvesse novidade” – disse. Em relação ao ponto da comunhão, D. Carlos Azevedo afirma que o documento é muito explícito. “É dito que os divorciados re-casados – muitas pessoas às vezes confundem meramente divorciados com re-casados – que não estão em plena comunhão com a Igreja e a comunhão eucarística é sinónimo de plena comunhão”. Apesar de não estarem em plena comunhão, Bento XVI diz que estas podem participar na Eucaristia porque “a palavra de Deus converte-as e até os catecúmenos que não são baptizados devem participar na celebração da eucaristia porque a celebração tem duas partes fundamentais”. A participação neste sacramento cria “uma ânsia de conversão” – realça o Porta-Voz da CEP. E acrescenta: “uma das coisas que é muito valorizada neste documento é que a eucaristia tenha uma dimensão social”. O Sacramento da Eucaristia deve transformar as pessoas “para que elas depois vão ao encontro dos doentes, dos pobres, dos presos, daqueles que sofrem, daqueles que vivem mal”. “O estarmos em comunhão com os mais carenciados “é muito valorizado no documento” porque “a participação na Eucaristia – o participar da comunhão com Deus – implica um compromisso social, politico, um compromisso mesmo com a alteração das regras da economia quando elas não atendem ao bem total do ser humano”. Segundo D. Carlos Azevedo, o grande contributo da «Sacramentum Caritatis» está na apresentação “equilibrada da dimensão doutrinal” e “dimensão espiritual da Eucaristia”. É fundamental, os padres e os bispos “trabalharem a dimensão mistagógica que tem sido muito esquecida na igreja”. Devido à escassez de relação entre a celebração e a vivência da Eucaristia, o prelado confessou que muitas pessoas ainda ainda estão agarradas à “dimensão meramente religiosa” e “alguns meramente rubricista”. Quando Bento XVI fala na beleza da celebração, D. Carlos Azevedo pensa que “há aqui à um contributo dos Bispos portugueses no Sínodo”. E avança: “D. António Marto falou da beleza e a sua intervenção está contemplada num dos números do documento”. O sacramento da Eucaristia deve ser “atractivo” mas “muitas vezes a liturgia não é atractiva”.E explica: “desde os paramentos aos ritos, à beleza dos passos que são dados, à beleza do sacrário e todas as dimensões que são contempladas no documento”