Lisboa, 31 out 2022 (Ecclesia9 – A Sé Patriarcal de Lisboa vai colocar à veneração, esta terça-feira, as relíquias dos santos que estão à guarda da Catedral, assinalando a solenidade litúrgica de Todos os Santos.
“Creio que esta iniciativa teve a sua origem com o cónego Luís Manuel, nos anos em que foi pároco da Sé. Pareceu-nos, a mim e ao padre Joaquim [coadjutor], que tinha todo o sentido mantê-la porque, embora a comunidade paroquial seja numericamente pequena, continua a entusiasmar-se com a celebração dos mistérios da fé”, refere ao jornal diocesano ‘Voz da Verdade’ o pároco da Sé, cónego Jorge Dias.
“A Solenidade de Todos os Santos, depois da celebração da Eucaristia, é vivida e enriquecida com este tempo de oração. E, além dos turistas que vão passando, alguns fiéis da vizinhança, conhecedores da iniciativa, também se vão juntando para rezar”, acrescenta.
O sacerdote destaca que a Igreja precisa de “modelos de fé”, como são os santos.
“Olhar e venerar as relíquias pode, pois, incentivar-nos no seguimento e no testemunho de Cristo. A veneração das relíquias pode ajudar-nos a crescer na santidade percorrendo um caminho de conversão”, indica o pároco da Sé de Lisboa.
As relíquias dos santos na Sé de Lisboa vão ficar expostas para veneração dos fiéis desde a conclusão da Eucaristia das 11h30 até ao final das Vésperas, que se iniciam às 17h00.
A Igreja Católica celebra a 1 de novembro a solenidade litúrgica de Todos os Santos, feriado nacional em Portugal, na qual lembra conjuntamente “os eleitos que se encontram na glória de Deus”, tenham ou não sido canonizados oficialmente.
As Igrejas do Oriente foram as primeiras (século IV) a promover uma celebração conjunta de todos os santos quer no contexto feliz do tempo pascal, quer na semana a seguir.
No Ocidente, foi o Papa Bonifácio IV a introduzir uma celebração semelhante em 13 de maio de 610, quando dedicou à Santíssima Virgem e a todos os mártires o Panteão de Roma, dedicação que passou a ser comemorada todos os anos.
A data de 1 de novembro foi adotada em primeiro lugar na Inglaterra do século VIII acabando por se generalizar progressivamente no império de Carlos Magno, tornando-se obrigatória no reino dos Francos no tempo de Luís, o Pio (835), provavelmente a pedido do Papa Gregório IV (790-844).
OC