Todos contra a pobreza e exclusão social

Nas jornadas Nacionais da Caritas Portuguesa foram anunciadas várias medidas de combate à pobreza e à exclusão social. Os participantes destas jornadas pediram para que o combate à pobreza e à exclusão social seja “partilhado pelos governos, pelas autarquias, pelas instituições de solidariedade social e pelos cidadãos, no sentido de uma política de redistribuição social e económica mais justa”.

Nas conclusões desta iniciativa, realizada nos dias 24 e 25 deste mês, em Setúbal, apelou-se também para a necessidade de no combate à pobreza e à exclusão social “as instituições mudarem de mentalidade, de forma a incutir maior justiça e inclusão nas instituições, adoptando comportamentos de solidariedade inteligente, disponível, criativa e inovadora, procurando seguir os bons exemplos e práticas”.

Subordinadas ao tema “Combate à Pobreza e à Exclusão Social pelos Caminhos da Inovação Social”, estas jornadas iniciaram-se tendo em conta alguns dados estatísticos relevantes: “Entre 1991 e o ano de 2000, 46% dos cidadãos portugueses e 47% dos agregados passaram pela situação de pobreza, pelo menos em 1 desses 6 anos. Ou seja, cerca de metade da população portuguesa vive em situação favorável à pobreza”.

De acordo com um estudo recente divulgado pela OCDE, Portugal “é um dos países onde é maior a desigualdade na distribuição do rendimento”. Em termos globais, a situação “não é também nada abonatória da dignidade humana porque, segundo o Banco Mundial, existem 1,3 mil milhões de pobres em todo o mundo. Não podemos esquecer que houve um Continente (África) que não cresceu nos últimos 40 anos”.

Em vez do princípio da “transparência e da verdade”, os agentes económicos e políticos preferiram optar por um “comportamento aparente e ilusório de uma pretensa saúde económica e social, mas que escondia, na verdade, uma realidade de doença crónica” – lê-se nas conclusões. E acrescenta: “Esta cedência à aparência e à ilusão, acabou não por servir o combate à pobreza, à exclusão e às desigualdades sociais, mas por servir os prémios de gestão e por fomentar a redistribuição injusta do rendimento disponível”.

Consciente da necessidade de compreender e interiorizar, na essência, as razões que levaram à actual crise económica, financeira e social, as Jornadas Nacionais da Caritas Portuguesa concluíram que a “ultrapassagem dos problemas actuais (pobreza, precariedade do trabalho, desemprego, desigualdades sociais, e redistribuição injusta dos rendimentos) dependerá de uma tomada de consciência responsável da cidadania activa”.

Num momento particular e emocionalmente sentido, as Jornadas Nacionais da Cáritas Portuguesa manifestaram com o seu minuto de silêncio o mais profundo sentido de solidariedade para com o povo mártir da Madeira e, em particular, para com as famílias das vítimas desta enorme catástrofe.

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Agência ECCLESIA

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