Profissão solene dos dois religiosos realiza-se esta Sexta-feira
Noé Martins e Nuno Pereira vão ser os primeiros timorenses a entrar definitivamente na Ordem dos Carmelitas Descalços, o que sucederá esta Sexta-feira, durante a celebração em que ambos farão a sua profissão solene.
O acontecimento é importante para a Igreja Católica de Timor porque os Carmelitas são reconhecidos pela santidade, influência espiritual e acção missionária de alguns dos seus membros, sublinha o antigo administrador apostólico de Díli e Prémio Nobel da Paz, D. Ximenes Belo, em mensagem enviada à Agência ECCLESIA.
Entre os religiosos dos ramos masculino e feminino dos Carmelitas que foram declarados santos encontram-se João da Cruz, o português Nuno de Santa Maria, Teresa de Ávila, Teresa do Menino Jesus e Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein).
A Ordem do Carmo, ou Ordem dos Irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, surgiu no século XIII, na região do Monte Carmelo, cadeia de colinas perto da actual cidade de Haifa, em Israel.
A tradição refere que o Profeta Elias, personagem bíblica do Antigo Testamento, levou uma vida eremítica de oração e de silêncio numa gruta localizada no Monte Carmelo, palavra que significa “jardim”.
A regra que modelou as comunidades religiosas inspiradas naquela vivência foi sistematizada e aperfeiçoada por Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém, e aprovada pelo Papa Honório III em 1226.
No século XVI, em Espanha, Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz reformaram a congregação, processo do qual saiu, em 1593, o ramo dos Carmelitas Descalços.
Frei Noé Martins, natural de Balibar, missão de Dare (diocese de Dili), e frei Nuno Pereira, natural de Suai-Lor, paróquia de Suai (diocese de Maliana), vão professar os votos solenes na comunidade dos Carmelitas Descalços de Avessadas, Marco de Canaveses, às 11h30.
Na celebração, marcada para o dia em que a Igreja Católica evoca a memória de Santa Teresa de Jesus, também fará a profissão solene um religioso de origem angolana, Daniel Jorge.
Os três carmelitas, que terminaram o mestrado em Teologia, vão ficar em Portugal: Noé Martins permanece em Avessadas, Nuno Pereira é transferido para o Funchal e Daniel Jorge transita para Viana do Castelo.