Timor na rota da missão

De entre 200 voluntários portugueses, apenas cinco partem para esta ilha “Afinal quem somos? Os brancos ricos que estão seguros ou mostramos disponibilidade para tudo e estamos do lado deles?” É com este espírito que um grupo de cinco pessoas parte amanhã para Timor Leste por um período de dois meses. Um país que se encontra instável, mas mais do que nunca, eis um motivo para partir. Este projecto teve o seu início em 2003 e é nas montanhas em Aileu, “um local bastante isolado” que estes voluntários se vão dedicar ao ensino. Para Sérgio Silva, em declarações à agência ECCLESIA esta experiência não é nova. “É a quarta vez que vou para Timor. Estamos a dar apoio no ensino do português, matemática e ciências. Depois numa aldeia ainda mais isolada, damos apoio no ensino geral a 50 crianças.” Mais do que uma motivação, há antes uma atitude transversal a toda uma vivência. “Se acho que tenho alguns recursos, quero partilhá-los, ir ao encontro de quem mais precisa.” Esta motivação já fez o Sérgio partir cinco vezes em missão. “Há pessoas que estão mesmo a precisar. Há um desequilibro entre as pessoas e se eu tenho essa consciência, tenho que me mexer, tenho que me mover. E mover é ir ao encontro lá onde as pessoas precisam.” Uma atitude de vida constante ao longo do ano. O Grupo de Acção Social do Porto, de que o Sérgio faz parte, é um grupo constituído por jovens universitários, com princípios católicos e de espírito ecuménico, que desenvolve actividades no âmbito da acção social, indo assim ao encontro da necessidade de um movimento de acção social na área do Porto. Desenvolvem acções a nível da educação, saúde e dinamização social e cultural. E só parte em missão para o estrangeiro quem cultiva este espírito ao longo do ano. “No GAS Porto, o voluntariado não é um pico no Verão que se vive, talvez até motivado para ir para um sítio estrangeiro. É antes um modo de vida. Durante o ano temos projectos com bairros, com crianças, com idosos e jovens vindos de África e Timor.” A instabilidade que Timor Leste vive neste momento é um factor impulsionador de partida. “A situação que Timor vive neste momento, fez-nos reflectir sobre o nosso contributo naquela país. O nosso contributo não é só de formadores, é também de irmãos. Garantimos a nossa segurança para podermos trabalhar, mas mais do que nunca não poderíamos deixar de estar presentes.”

Partilhar:
Scroll to Top