Testemunho cristão é “barómetro” vocacional

O Arcebispo de Braga lançou anteontem um desafio a todos os cristãos para que não se apresentem como meros «faladores de Deus», mas como «pessoas que se comprometem seriamente com a verdade e a justiça». Na vigília de oração pelas vocações, que se realizou na igreja do Seminário Conciliar de São Pedro e São Paulo, D. Jorge Ortiga defendeu que actualmente o aumento de vocações está directamente relacionado com as respostas que os cristãos conseguem dar à cultura vigente, que «não está à espera de “anjinhos”, homens e mulheres do “outro mundo”, mas de pessoas que, apesar das suas incoerências, assumem as falhas e recomeçam a vida de forma ainda mais corajosa e coerente». Foi precisamente o carácter testemunhal o aspecto mais vincado pelo prelado bracarense, que, em plena Semana de Oração pelas Vocações, não deixou, porém, de reforçar a máxima de que «a oração é algo de indispensável e insubstituível para que uma vocação possa desabrochar». Incidindo a sua intervenção na temática “Pára, contempla, decide”, o Arcebispo Primaz disse que os cristãos de Braga «deveriam realizar um sério exame de consciência» acerca do modo como se posicionam e actuam na sociedade civil. «É necessário revermos o estilo de vida que temos. Reza-se pelas vocações de particular consagração e realizam-se algumas actividades com este cariz. Mas, o grande desafio, neste tempo difícil e cheio de propostas, passa pelo testemunho que cada um pode e deve dar na sua vida. Importa que o mundo consiga contemplar pessoas concretas, que dizem sim e se comprometem seriamente com a verdade e a justiça», sustentou o Arcebispo Primaz, lembrando que «não conseguimos convencer os outros a aderirem vocacionalmente se estivermos “amarrados” a esquemas, pessoas ou “coisinhas”. Se assim acontecer, as pessoas jamais se sentirão interpeladas». Se, por falta de fé, «a maioria não consegue contemplar Jesus Cristo numa hóstia consagrada, é preciso dar-lhe testemunhos autênticos de vida cristã. É necessário mostrar aos outros que não somos meros “faladores” de Deus, evitando atitudes de disfarce hipócrita ou mentira», disse D. Jorge Ortiga, que garantiu que «o mundo também não quer “anjinhos”, homens e mulheres do “outro mundo”, mas que, apesar das suas incoerências, conseguem assumir as falhas e recomeçar a vida de forma ainda mais corajosa e coerente». «O aumento das vocações de especial consagração está directamente relacionado com o encantamento das pessoas, que surge através do verdadeiro testemunho cristão», concluiu.

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