Cardeal Pietro Parolin admite que Francisco pode ser um «alvo»
Lisboa, 16 nov 2015 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano rejeitou qualquer alteração na agenda do Papa após os atentados da última sexta-feira em Paris, e afirmou que os terroristas procuram criar “medo”.
“O que aconteceu em França mostra, de uma maneira ainda mais poderosas, que ninguém está a salvo do terrorismo. O Vaticano pode ser um alvo por causa do seu significado religioso”, admitiu o cardeal Pietro Parolin, em entrevista ao jornal católico francês ‘La Croix’.
O responsável sublinhou que um aumento das medidas de segurança no Vaticano não pode "paralisar com o medo" a atividade no pequeno Estado.
“Isto não muda nada da agenda do Papa, que vai continuar”, precisou.
O cardeal Parolin comentou, em particular as iniciativas previstas para o Ano Santo extraordinário, o Jubileu da Misericórdia (dezembro de 2015-novembro de 2016).
“Agora é o tempo certo para lançar uma ofensiva de misericórdia”, observou, dando uma “resposta positiva ao mal”.
Nesse sentido, o secretário de Estado do Vaticano disse que as portas estão abertas para os muçulmanos, pedindo uma “mobilização geral” para erradicar o terrorismo, nos campos da política e da religião.
“A violência cega é intolerável, qualquer que seja a sua origem”, denunciou.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, disse que é preciso “resistir com decisão e com coragem à tentação do medo”.
“Diria que o Jubileu da misericórdia se tornou ainda mais necessário. Uma mensagem de misericórdia, ou seja, do amor de Deus que tem como consequência também o amor recíproco e a reconciliação. É exatamente a resposta que é preciso dar em tempos de tentação de desconfiança”, sublinhou, respondendo a quem manifestou receio sobre a realização dos grandes eventos ligados ao Ano Santo.
O arcebispo de Paris, cardeal André Vingt-Trois, presidiu este domingo a uma Missa pelas vítimas dos atentados, na Catedral de Notre-Dame, questionando na sua homilia como é que jovens formados nas escolas e nas cidades de França podem ter como “ideal” de vida “o fantasma do califado e a sua violência moral e social”.
OC