«Terras sem Sombra»: Segundo concerto viaja de Nápoles a Lisboa

Festival regressa a Odemira e alerta para preservação dos charcos temporários mediterrânicos

Beja, 28 mar 2015 (Ecclesia) – O segundo concerto do festival de música sacra "Terras Sem Sombra", promovido pela Diocese de Beja, decorre este sábado em Odemira e destaca a “escola napolitana” com um espetáculo do maestro Davide Perez, oriundo do século XVIII.

Intitulada "Davide Perez: Nápoles-Lisboa", a iniciativa vai ser acolhida pela  igreja de São Salvador em Odemira, a partir das 21h30.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja salienta que “o programa deste notável espetáculo oferece uma perspetiva da música do Sul da Europa, de Portugal a Malta, no século XVIII, e desenvolve-se sob o signo da chamada escola napolitana”.

A organização assinala ainda que a carreira do principal compositor, o napolitano Davide Perez (1711-1778) encontra-se “intimamente ligada a Portugal”.

Contratado por D. José I para a corte de Lisboa, em 1752, como “diretor musical e mestre das infantas”, ele estreou no ano seguinte duas das suas óperas, “Demofoonte e Adriano in Siria”.

O maestro da Capela Real escreveu ainda um “grande número de obras sacras” e teve uma “extraordinária influência” nos compositores portugueses do final do século XVIII e princípio do XIX, acrescenta o DPHA da diocese alentejana.

Para a interpretação do espetáculo foi convidado o grupo ‘I Turchini’, considerado o “ensemble mais representativo de Nápoles” e uma referência no panorama internacional da música barroca.

Os músicos vão ser acompanhados por quatro “grandes cantores” internacionais: a soprano Valentina Varriale; a meio-soprano Daniela Salvo; o tenor Rosario Totaro e o baixo Giuseppe Naviglio.

Segundo a organização, o Festival «Terras sem Sombra» regressa a Odemira depois de mais de uma “década de ausência”.

No domingo, a já habitual ação de salvaguarda da biodiversidade incluinda no festival vai alertar para a preservação dos “charcos temporários mediterrânicos”.

“Os Charcos Temporários Mediterrânicos são habitats notáveis. Albergam uma biodiversidade significativa, adaptada às condições ecológicas extremas que alternam entre o encharcamento e a secura estival”, explica o comunicado que revela que estes estão “seriamente ameaçados” pelas atividades humanas.

A 11.ª edição do Festival "Terras sem Sombra" tem como tema "O Magnum Mysterium – Diálogos Musicais no Sul da Europa (Séculos X-XXI)" e os concertos e ações de proteção da natureza são de entrada gratuita mediante a capacidade dos espaços.

CB

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Agência ECCLESIA

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