«Terras sem Sombra»: Novo diretor artístico elogia festival «único no mundo»

Iniciativa da Diocese de Beja vai decorrer este ano entre 14 de março e 4 de julho

Lisboa, 04 mar 2015 (Ecclesia) – O novo diretor artístico do Festival Terras Sem Sombra anunciou hoje várias estreias numa programação centrada no sul da Europa e destaca a originalidade do evento, que acredita ser “único no mundo“.

“É muito original fazer um festival creio único no mundo no sentido de combinar o meio ambiente com a música e o património. Sempre me seduziu este clima próximo que se vive nas igrejas com o público e com a população e os passeios meio ambientais que são um regalo para os que observamos desde fora”, explicou Juan Ángel Vela del Campo, que apresentou a 11ª edição do evento, em conferência de imprensa no Museu da Eletricidade, Lisboa.

O critico musical espanhol disse à Agência ECCLESIA que encara o convite para ser o diretor artístico durante três anos “como um desafio”, esperando que a programação do primeiro ano seja “bem recebido” pelo público “tão popular das diferentes populações do baixo Alentejo”.

‘Diálogos musicais do sul da Europa (séculos X-XXI)’ é o tema do programa que começa na Igreja de Santo Ildefonso, em Almodôvar, a 14 de março, e termina com a entrega do Prémio Internacional “Terras Sem Sombra” em Sines, a 4 de julho.

O novo diretor artístico do festival destaca que para o primeiro ano pensou numa programação centrada “fundamentalmente” no sul da Europa e sobretudo “as relações entre Portugal e Espanha”.

“Nos primeiros concertos há uma correspondência da mesma época do que se fazia em Espanha e em Portugal”, exemplificou.

Juan Ángel Vela del Campo destacou ainda a música de Carlos Seixas, no século XVIII, e a “época de ouro” da polifonia renascentista com a música mística de Tomás de Vitória, no século XVI e XVII.

Depois a oferta ultrapassa a fronteira ibérica e são apresentados por exemplo compositores napolitanos como Davide Peres, “que viveu em Lisboa durante 26 anos”, e o terceiro centenário do nascimento de Girolamo Abos, da ilha de Malta.

O responsável salienta ainda que a conjugação na programação de música “um pouco popular” num diálogo musical, cultural e humano é uma das “características deste festival” promovido pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja.

Segundo o diretor artístico do festival, este diálogo “manifesta-se” na homenagem a António Chainho e “na guitarra da modernidade absoluta”, com compositores jovens de vários países que “criaram músicas” para este evento.

Neste contexto, Juan Ángel Vela del Campo anunciou a estreia mundial de Rita Torres, compositora portuguesa que vive na Alemanha, e de um compositor uruguaio num “diálogo do sul da Europa” com composições sobre “os caprichos do pintor Goya”.

O crítico de música destacou também a estreia de duas jovens artistas, a soprano Patricia Janecková, da Eslováquia, e a meio-soprano Celeste Shin Je Bang, da Coreia do Sul, que descobriu num festival de música sacra vocal de Roma, em novembro.

O Festival Terras Sem Sombra vai realizar também espetáculos em Odemira (28 de março), Sines (11 de abril), Grândola (18 de abril), Santiago do Cacém (9 de maio), Castro Verde (23 de maio), Moura (6 de junho) e Beja (20 de junho), sempre a partir das 21h30.

Nas manhãs de domingo, os organizadores proporcionam aos participantes a descoberta da biodiversidade do baixo Alentejo com um programa específico.

CB/OC

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