Lisboa, 14 ago 2014 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) divulgou o testemunho do padre Mário da Silva, da Faixa de Gaza, que alerta para a dificuldade de prestar assistência pastoral devido à guerra porque as pessoas têm medo sair de casa.
“Apesar da situação, celebramos Missa todos os dias e fazemos adoração Eucarística mas neste momento quase ninguém vem à igreja e ao domingo nunca há mais do que cinco pessoas. Só os mais corajosos vêm, é demasiado perigoso”, explicou o padre Mário da Silva, do Instituto do Verbo Encarnado, em Gaza, Palestina.
Atualmente são 170 católicos que vivem na Faixa de Gaza que tem numa população de 1,8 milhões de pessoas, adianta a AIS.
“As pessoas não se atrevem a sair à rua, por causa dos bombardeamentos, e preferem ficar nas suas casas. Por essa razão, começámos um serviço pastoral por telefone e todos os dias, com o pároco, ligamos para os fiéis e perguntamos pela família, como é que estão, de que precisam e também tentamos dar-lhes coragem espiritual”, desenvolveu o sacerdote, sobre as consequências do conflito entre Israel e a Palestina.
Aos benfeitores da Fundação AIS, o padre brasileiro revelou que precisam “de assistência material para satisfazer as necessidades básicas dos refugiados, como água, alimentos e roupas”.
O patriarca Latino de Jerusalém, D. Fouad Twal, também agradeceu a ajuda de 50 mil euros enviado pela Fundação AIS que “apoia o trabalho da Igreja Católica em Gaza“: “Na Terra Santa somos uma Igreja necessitada. Por favor, continuem a rezar por nós, continuem a apoiar-nos com a vossa solidariedade e ajuda”.
Também o bispo auxiliar do Patriarcado Latino de Jerusalém e responsável pela Faixa de Gaza, divulgou uma mensagem onde apelou “às orações para um cessar-fogo e para a paz”.
“Pedimos a vossa ajuda para os pobres e os feridos de guerra. Agora, mais que nunca, é o momento de ajudar às pessoas de Gaza, a situação humanitária está muito mal”, alertou D. William Shomali.
O padre Mário da Silva, que trabalha na paróquia católica da Sagrada Família, disse ainda que cerca de 900 refugiados encontraram abrigo numa escola católica onde recebem assistência.
Nesta paróquia, o sacerdote partilha o trabalho com mais dois padres e seis freiras do instituto religioso fundada pela Beata Madre Teresa de Calcutá, as Missionárias da Caridade que são responsáveis por crianças com deficiência física e mental.
AIS/CB