Terra Santa: «Rezem por toda a população para que esta guerra acabe», pede religiosa

A comunidade cristã na Faixa de Gaza enfrenta o período “mais difícil” desde o início dos conflitos.

Foto: ACN

Lisboa, 27 mar 2024 (Ecclesia) – A comunidade cristã na Faixa de Gaza enfrenta o período “mais difícil” desde o início da guerra entre o Hamas e Israel.

As comunicações são por vezes “quase impossíveis”, mas sempre que a Irmã Nabila fala com a Fundação AIS pede as orações de todos pelo fim da violência.

As linhas telefónicas estão cortadas e as ligações online estão “continuamente a falhar”, realça um comunicado da FAIS enviado à Agência ECCLESIA.

É difícil perceber o que a Irmã Nabila está a tentar dizer: “bastante”, “bem”, “Igreja”… depois, a linha fica muda, e é assim que as coisas têm sido nas últimas semanas.

De vez em quando, chegam apenas algumas mensagens escritas: “Estamos bem”.

Mas quando se insiste mais, percebe-se que “bem” significa “estamos vivos”, porque a situação é angustiante: “Não temos o suficiente, falta-nos tudo”. Mas a esperança e a gratidão estão sempre presentes: “O pouco que temos deve-se à graça de Deus. As pessoas lá fora estão a sofrer ainda mais do que nós porque não têm esse conforto neste momento”.

Outro parceiro de projeto da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, cuja linha telefónica é estável, mas que a instituição prefere manter no anonimato por receio de represálias, diz: “O nosso povo está constantemente a sofrer. Sempre que ambas as partes falam de tréguas, a intensidade das operações militares aumenta”.

Nas últimas duas semanas, o bairro de Al Zeyton, onde se situa a Paróquia da Sagrada Família, tem sido alvo de intensos confrontos militares e bombardeamentos.

De acordo com os relatórios da Fundação AIS, o complexo paroquial acolhe atualmente 128 famílias – um total de 512 cristãos – católicos e ortodoxos, incluindo 120 crianças, entre as quais 60 com deficiência, e 84 pessoas com mais de 65 anos.

As provisões alimentares são “muito limitadas” e “o problema não tem nada a ver com a disponibilidade de dinheiro”, explica a mesma fonte, “é simplesmente porque os alimentos são escassos e é difícil encontrar onde comprá-los”.

“A comunidade cristã aproveita todas as oportunidades para obter água potável e alimentos”, confirma.

Com a ajuda da Fundação AIS, entre outras organizações, o Patriarcado Latino consegue fornecer a cada pessoa duas refeições por semana e um pão de dois em dois dias. Mas nos outros dias a comunidade tem de sobreviver gerindo as suas provisões ou tentando encontrar comida de outras formas.

LFS

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Agência ECCLESIA

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