Frisa Luís Valença Pinto, antigo chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Portugal
Lisboa, 27 mar 2014 (Ecclesia) – O general português Luís Valença Pinto destacou a importância dos peregrinos católicos irem à Terra Santa como suporte daqueles que estão a ser perseguidos e discriminados na região.
“A principal motivação para a presença de cristãos de todo o mundo na Terra Santa não deveria ser apenas o turismo religioso. Têm de lá ir como bandeiras, para evidenciar que aquelas tímidas e frágeis bandeiras que lá estão, os cristãos, não estão sozinhos no mundo”, frisou o antigo chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Portugal.
Numa entrevista publicada na edição mais recente do Semanário ECCLESIA, dedicada à situação social, religiosa e geopolítica da Terra Santa, Luís Valença Pinto comentou a violência que tem estado a ser praticada contra a minoria cristã.
Milhares de cristãos têm vindo a abandonar aquele território devido à falta de condições de vida, ameaçada por constantes conflitos e pela crescente intolerância contra a sua fé.
Para o general português, os cristãos são hoje uma minoria “completamente ignorada, uma parte fraca, abusada” na Terra Santa, mas “representam uma parte muito importante da consciência universal”.
Defende por isso a importância de salvaguardar os direitos das comunidades cristãs, mesmo no processo de definição territorial da região, que tem sido meramente reduzida a uma questão entre israelitas e palestinianos, entre “judeus e árabes”.
“As comunidades cristãs têm sido completamente erodidas e de uma maneira completamente infame. Pelas duas partes, mas mais pelo lado israelita do que pelo lado árabe”, realçou o general português.
Para o antigo chefe do Estado Maior General das Forças Armadas de Portugal, o clima constante de conflito na Terra Santa representa um desafio imenso, um verdadeiro “puzzle” que só será resolvido se os diversos atores aprenderem a “viver” uns com os outros.
“Desejaria muito que houvesse um estado de Israel com árabes, israelitas e cristãos e um estado palestiniano com palestinianos, israelitas e cristãos. O que implica esquecer ideias como ‘povo eleito’ ou ‘partido de Deus’”, complementou.
PR/JCP