Terra Santa: Patriarca de Constantinopla antecipa encontro com o Papa

Visita de Francisco é vista como uma grande oportunidade para católicos e ortodoxos assumirem juntos «as necessidades urgentes deste tempo»

Cidade do Vaticano, 15 abr 2014 (Ecclesia) – O patriarca ecuménico de Constantinopla diz que o seu encontro com o Papa Francisco, marcado para os dias 25 e 26 de maio em Jerusalém, surge numa altura em que o mundo precisa urgentemente de sinais de “reconciliação”.

Numa entrevista veiculada pelo serviço informativo da Santa Sé, Bartolomeu I recorda várias questões que hoje pedem uma “ação conjunta da parte das Igrejas cristãs”, como “o sofrimento das pessoas em todos os cantos do planeta”, as “dificuldades” que enfrentam os cristãos em países como o Iraque, a Síria e o Paquistão e a instrumentalização da religião “para fins políticos e de outro tipo”.

O principal responsável da Igreja Ortodoxa recorda ainda “as injustiças” que são dia a dia cometidas “contra as pessoas mais vulneráveis da sociedade” e a “crise ecológica que ameaça a integridade e a sobrevivência” da Terra.

“Tudo isto exige uma ação conjunta e a resolução dos problemas que ainda dividem as comunidades cristãs”, salienta o patriarca de Constantinopla.

A visita do Papa a Bartolomeu I, inserida na viagem de Francisco à Terra Santa, entre 24 e 26 de maio, pretende assinalar os 50 anos do histórico encontro realizado na mesma cidade entre o Papa Paulo VI e o então patriarca Atenágoras I.

Bartolomeu I espera que a iniciativa permita aos líderes das Igrejas cristãs “darem passos decisivos” rumo à “reconciliação” e assumirem-se como resposta para “as necessidades urgentes deste tempo”.

“Certamente o Papa Francisco é um líder sincero e altruísta, que se preocupa com a divisão da Igreja e com o sofrimento do mundo”, referiu ainda.

Apesar dos passos que foram dados em conjunto entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, nos últimos 50 anos, com “o espírito de amor fraterno e respeitoso a tomar felizmente o lugar da antiga polémica alimentada por suspeitas e julgamentos”, Bartolomeu I considera que “ainda há muito a fazer”.

“O caminho parece ser longo. Essa estrada, no entanto, deve ser realizada não obstante as dificuldades. Não há outra alternativa”, conclui.

JCP

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Agência ECCLESIA

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