Escolha do domingo após a celebração judaica foi feita no Concílio de Cesareia
Cesareia Marítima, Israel, 08 abr 2015 (Ecclesia) – O Concílio de Cesareia, que decorreu no ano de 195, determinou que a Páscoa dos cristãos fosse celebrada no domingo seguinte à Páscoa judaica, colocando esta cidade marítima na história do Cristianismo dos primeiros séculos.
Para o padre João Lourenço, diretor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa e especialista em Sagrada Escritura, a decisão de Cesareia “conciliou” posições diferentes quanto à celebração da Páscoa tomadas pelos dos cristãos vindos do judaísmo e os convertidos do paganismo.
“Os judeocristãos queriam que a Páscoa fosse celebrada no mesmo dia da Páscoa judaica e os gentios defendiam um dia diferente”, recordou o diretor da Faculdade de Teologia à Agência ECCLESIA, em Cesareia Marítima.
“O Concílio de Cesareia determinou que a Páscoa cristã fosse celebrada no domingo seguinte à Páscoa judaica”, referiu.
Em cada ano, a Páscoa judaica é celebrada no 14 dia de Nissan, de acordo com o calendário lunar, como é determinado no Livro do Levítico do Antigo Testamento: “No primeiro mês (Nissan), aos catorze do mês, ao crepúsculo da tarde, é a Páscoa do Senhor” (Lev 23, 5).
Cesareia Marítima, localidade situada 50 quilómetros a norte de Telavive, construída por Herodes, o Grande, foi um porto marítimo e sede dos governadores romanos.
Na segunda metade do séc. XX foi encontrada uma inscrição do nome de Pôncio Pilatos, prefeito da Judeia, ligado ao processo de condenação de Jesus à morte numa cruz.
As referências bíblicas mais relevantes a Cesareia Marítima são feitas no livro dos Atos dos Apóstolos, nomeadamente o processo da conversão do centurião romano Cornélio por causa da pregação de Pedro (capítulos 10 e 11) e é desta localidade que parte Paulo para ser julgado em Roma, como cidadão romano (capítulos 21, 25 e 28).
A localidade de Cesareia Marítima foi o início, hoje, de uma peregrinação à Terra Santa, que decorre até ao dia 17 deste mês, promovida pela Agência ECCLESIA e da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa.
PR