Terra Santa: Nos passos de Jesus entre muçulmanos e judeus

Ruas de Jerusalém mantêm memória da Paixão

Crónica de Octávio Carmo, Agência ECCLESIA, na Terra Santa

Jerusalém, 29 out 2013 (Ecclesia) – A chegada a Jerusalém representa um ponto alto nas peregrinações que milhões de cristãos têm empreendido à Terra Santa, ao longo da história, e marca o encontro com a memória da Paixão de Jesus.

O simbólico Monte das Oliveiras, onde Cristo foi feito prisioneiro após a traição de Judas, é o ponto de partida para muitos, evocando a descida para a Cidade Santa, bem como os momentos em que Jesus é abandonado pelos seus discípulos, antes do julgamento que resultaria numa condenação à morte.

Os passos que levam à crucifixão são recordados em várias igrejas do mundo, mas em Jerusalém ganham uma dimensão particular, com as estações da Via Sacra que permitem percorrer a cidade entre locais confiados aos cristãos mas também na posse de muçulmanos e judeus, fruto de uma convivência nem sempre pacífica.

A caminhada culmina na Basílica do Santo Sepulcro, que incorpora sob o mesmo teto o lugar da crucifixão, o sepulcro de Jesus e o local onde, segundo a tradição, Santa Helena teria encontrado o ‘Santo Lenho’.

Dentro da igreja encontram-se rostos cansados, emocionados, em lágrimas, pessoas que beijam os lugares santos, que ali deixam fotos de familiares ou cartas com as suas preces.

Entre turismo e peregrinação, dezenas de milhares de pessoas passam diariamente por estes e outros espaços que lhes falam da presença de Jesus e dos relatos históricos que a tradição deixou.

A Terra Santa alberga ainda, no entanto, marcas das divisões e tensões milenares, de que muitos cristãos têm medo de falar abertamente, particularmente visíveis no ‘muro de segurança’, que dividiu a meio propriedades de algumas comunidades religiosas, ou na profanação de locais de culto de outras confissões.

O arame farpado pode chocar quem chega de longe, mas para os cristãos representa um alerta para a necessidade de atuar em favor de comunidades encurraladas num conflito que as ultrapassa e que não querem, como assumem os seus próprios membros, que os Lugares Santos do Cristianismo se transformem num museu, sem qualquer presença católica viva no terreno.

OC

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