Frei Francolino Gonçalves afirma que «a familiarização com a Terra Santa é uma mais-valia inestimável para compreender e sentir os textos bíblicos»
Jerusalém, 27 mar 2015 (Ecclesia) – O Frei Francolino Gonçalves, a residir na Terra Santa há 46 anos, afirma que os lugares descritos na Bíblia devem ser “atualizados” na vivência das “comunidades cristãs”.
“Para os cristãos, a apreensão do sentido originário da Bíblia não pode ser senão uma primeira etapa. Deve seguir-se a atualização desse sentido, isto é, a sua apropriação pelas comunidades cristãs de todos os tempos e lugares”, defende o frei dominicano num texto publicado na edição do Semanário ECCLESIA dedicado à situação social, religiosa e geopolítica da Terra Santa.
Para o especialista em estudos bíblicos a compreensão do sentido originário dos textos “pressupõe o conhecimento da cultura, inclusivamente da cultura material, dos seus autores”.
“A experiência mostrou-me que a familiarização com a Terra Santa é uma mais-valia inestimável para compreender e sentir os textos bíblicos”, explica assumindo que aqueles territórios se tornaram, desde 1969, “para além de lugar de residência” um “objeto de estudo”.
O biblista reconhece a Bíblia como “obra humana” que “só a fé permite reconhecer” ao mesmo tempo “divina”, traduzindo os locais “essencialmente rurais” onde “o Antigo Testamento foi escrito e Jesus nasceu, viveu, exerceu a sua atividade, foi morto e, finalmente, se manifestou ressuscitado aos primeiros discípulos”.
LS