Em causa estão «violações da lei internacional» e «políticas ocultas de discriminação» praticadas pelas autoridades israelitas
Lisboa, 21 mar 2013 (Ecclesia) – A Comissão “Justiça e Paz” da assembleia dos bispos católicos da Terra Santa aproveitou a visita do presidente dos Estados Unidos da América à região para denunciar políticas israelitas que colocam em causa direitos das comunidades cristãs.
Num texto publicado hoje pela Rádio Vaticano, a organização realça que os cristãos da Palestina partilham “a mesma condição” social que as restantes populações da região, que estão a viver “o 46.º ano sob ocupação” israelita.
O secretário da comissão, que assina a missiva dirigida a Barack Obama, diz que as “autoridades israelitas” têm cometido diversas “violações da lei internacional” que condicionam o quotidiano dos palestinos e dos cristãos que estão radicados naquele território.
Yusef Daher dá como exemplos a “expansão de colónias ilegais” de israelitas dentro da zona atribuída aos palestinos, a “restrição de acesso aos Lugares Santos por cristãos e muçulmanos” e a “expropriação de terras pertencentes a palestinos para favorecer a expansão das colónias e para construir o muro de separação”.
Aquele responsável recorda o caso do Vale do Cremisan, em que o muro projetado pelo Estado de Israel poderá separar dezenas de famílias cristãs de Belém e das aldeias vizinhas, e também afetar o trabalho das congregações religiosas a nível local.
A carta do organismo critica também as “políticas ocultas de discriminação” praticadas contra os cidadãos árabes de Israel, como “procedimentos extenuantes para obter a reunificação das famílias, dificuldade para registrar as crianças, problemas na busca de casa e de oportunidades de trabalho”.
Perante todas estas situações, a Comissão “Justiça e Paz” da assembleia dos bispos católicos da Terra Santa pede ao presidente dos Estado Unidos que contribua para a salvaguarda do direito internacional na região e para a irradicação de todas as práticas ilegais que têm atingido o povo palestino, motivando inclusivamente a fuga de diversas comunidades cristãs.
“A presença cristã tem um papel importante na Terra Santa no campo da educação e da assistência sanitária” e qualquer ação que ponha em causa esse contributo poderá ter “consequências catastróficas, especialmente com o crescimento dos fundamentalismos”, avisa Yusef Daher.
O presidente dos Estados Unidos da América iniciou esta terça-feira uma visita de quatro dias à Terra Santa, para reforçar relações diplomáticas com Israel e o apoio norte-americano à Autoridade Palestina.
RV/JCP