Terra Santa: Francisco deixa condenação ao antissemitismo

Papa promete Igreja empenhada no diálogo com os judeus

Jerusalém, 26 mai 2014 (Ecclesia) – O Papa disse hoje em Jerusalém que a Igreja Católica está empenhada em prosseguir o caminho de diálogo com o Judaísmo, em particular após o Concílio Vaticano II (1962-1965), rejeitando qualquer forma de antissemitismo.

“Juntos, poderemos dar uma grande contribuição para a causa da paz; juntos, poderemos, num mundo em rápida mudança, testemunhar o significado perene do plano divino da criação; juntos, poderemos opor-nos, firmemente, a todas as formas de antissemitismo e restantes formas de discriminação”, declarou Francisco, no centro ‘Heichal Shlomo’, sede do Grão Rabinato de Israel.

O Papa falava perante os dois grão rabinos de Israel, Yona Metzger (asquenaze) e Shlomo Amar (sefardita).

“Como sabeis, desde o tempo em que era arcebispo de Buenos Aires, pude contar com a amizade de muitos irmãos judeus”, recordou.

Francisco disse que este caminho de amizade “constitui um dos frutos do Concílio Vaticano II”, nomeadamente da declaração ‘Nostra aetate’, cujo cinquentenário se assinala em 2015.

“Estou convencido de que o sucedido durante as últimas décadas nas relações entre judeus e católicos tenha sido um verdadeiro dom de Deus, uma das maravilhas por Ele realizadas”, acrescentou.

O Papa convidou a refletir sobre o significado profundo deste diálogo, como um dom de Deus que “permanece íntegro, não obstante todas as dificuldades de relacionamento vividas, infelizmente, na história”.

“Do lado católico, há seguramente a intenção de considerar plenamente o sentido das raízes judaicas da própria fé. Estou confiante, com a vossa ajuda, que também do lado judaico se mantenha e, se possível, aumente o interesse pelo conhecimento do Cristianismo”, precisou.

Francisco sublinhou a importância do conhecimento recíproco do património espiritual.

“O apreço por aquilo que temos em comum e o respeito no que nos divide poderão servir de guia para o desenvolvimento das nossas relações futuras, que entregamos nas mãos de Deus”, concluiu.

O Papa e esteve ao início da manhã junto ao túmulo de Théodore Herzl, fundador e o símbolo do sionismo moderno, para depor uma coroa de flores, e prestou homenagem na lápide em memória das vítimas israelitas do terrorismo – gesto que não estava na agenda oficial – com o presidente e do primeiro-ministro de Israel, Shimon Peres e Benjamin Netanyahu.

OC

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Agência ECCLESIA

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