Franciscano português apela à «união fraterna, universal» em mensagem contra o medo
Lisboa, 28 dez 2017 (Ecclesia) – O comissário da Terra Santa em Portugal celebrou um Natal “tranquilo e em paz” em Belém, onde esteve pela primeira vez nesta quadra, sem “aparato especial” de policia, militares ou manifestações.
“As tensões que se viram antes do Natal, que passaram na comunicação social, tudo isso foi passageiro. Não vimos nada de especial, passamos bem entre Belém e Jerusalém e vice-versa”, disse frei Vítor Rafael em declarações à Agência ECCLESIA.
A tensão entre Israel e a Palestina e outros países árabes tornou-se mais visível nas últimas semanas após a decisão dos Estados Unidos da América de reconhecer Jerusalém como a capital israelita.
O comissário da Terra Santa em Portugal esteve durante os últimos oito dias na Terra Santa para celebrar o Natal, que viveu com a comunidade religiosa de São Salvador, em Jerusalém, a sede da Custódia da Terra Santa.
O religioso franciscano conta que o dia 24 de dezembro foi passado em Belém, onde houve “desfiles de grupos de jovens, associações, todos com traje a rigor, bandeiras, e fanfarras a tocarem músicas de Natal”.
Frei Vitor Rafael viveu “uma festa maravilhosa” com a igreja de Santa Catarina cheia de pessoas e a celebração do Natal a ser transmitida pela televisão da Palestina.
“Em Belém passou-se um Natal tranquilo e em paz”, insistiu.
“Deve-se ir passar o Natal a Belém, vale a pena”, realça o franciscano que teve oportunidade de ir à Gruta da Natividade com “mais tranquilidade” do que se fosse em peregrinação a acompanhar fiéis, e teve “mais tempo para o ambiente de oração e peregrinação” da Terra Santa.
Na sua Mensagem de Natal, a 25 de dezembro, o Papa Francisco lembrou as crianças do Médio Oriente, que “continuam a sofrer pelo agravamento das tensões entre israelitas e palestinos”.
“As palavras do Papa são sempre bem-vindas e têm sentido. Quando há conflitos as primeiras a sofrer são as crianças e ali de modo particular. Quando há problemas os peregrinos têm receio, medo e os cristãos e não só neste período vivem do Natal, dos peregrinos”, desenvolve frei Vítor Rafael.
O frade franciscano apela aos católicos portugueses para que “não tenham receio” de ir à Terra Santa, até como forma de “dar apoio” às comunidades locais.
“Os cristãos rezam e esperam por nós e o apoio que podemos dar é visitar sem receio, sem medo. É uma maneira de termos união fraterna, universal. Vamos a Belém”, convida.
“A Terra Santa só tem razão de ser com as comunidades cristãs a viverem lá e irmos apoiar nestes momentos difíceis. Vivem muitas vezes perseguição moral e afetiva e temos de dar apoio”, concluiu o comissário da Terra Santa em Portugal.
CB/OC