Voluntários requalificam casas particulares e espaços comunitários
Cinfães, Viseu, 31 jul 2014 (Ecclesia) – Os voluntários da projeto «Terra Amada», promovida pelo curso de arquitetura do polo de Viseu da Universidade Católica Portuguesa, estão a reabilitar a aldeia Vale de Papas, no distrito de Viseu, até ao dia 3 de agosto.
A aldeia de Vale de Papas, no Concelho de Cinfães, é uma comunidade dedicada “inteiramente à agricultura e ao pastoreio” com “aproximadamente 30 habitantes” durante o ano e “mais alguns de verão, quando os emigrantes regressam”, explicam os voluntários do projeto Terra Amada.
Cerca de 50 alunos de arquitetura e engenharia e 14 elementos da equipa responsável pelo projeto “passam parte do verão, e das suas férias, a trabalhar para o desenvolvimento sustentável do interior do país”, referem Sofia Pinto e Liliana Nóbrega num artigo publicado na última edição do Semanário digital ECCLESIA.
Todas as manhãs os voluntários escolhem “onde querem trabalhar preenchendo a respetiva vaga” num sistema que permite que todos experimentem e conheçam “cada obra”: “Queijaria, Forja, Moinho, Eira, Espigueiros, Espaço Público, são as escolhas possíveis” para além de três casas de habitantes da aldeia
O projeto Terra Amada está a recuperar um moinho de água, que fica a cerca de 20 minutos a pé da aldeia, e a requalificar quatro espigueiros/canastros.
A queijaria são três edifícios em pedra onde vão nascer “postos de trabalho” para “trazer mais valor económico para esta aldeia”, destacam os voluntários que assim cumprem os seus objetivos de desenvolvimento do interior de Portugal.
Outros espaços públicos da aldeia de Vale de Papas estão também estão a ser intervencionados como as caixas do correio, bancos de pedra, ruas calcetadas, água da companhia, locais para caixotes do lixo e reciclagem, caminhos e acessos para forja, eira, sinalética, etc.
Das casas particulares destaca-se a recuperação da habitação de uma jovem, de 27 anos, com um atelier “para continuar a fazer casinhas de colmo em miniatura”.
O “silêncio habitual é corrompido pelas serras elétricas, moto-picos, retroescavadoras e o descarregar de material em cada obra”, observam os alunos.
“São 10 dias passados nesta aldeia, a viver o dia-a-dia dos seus habitantes, as suas tradições, as suas alegrias e de constante aprendizagem. Todos os dias são diferentes e todos começam e acabam com o nascer e o pôr-do-sol”, contam.
Apesar das rivalidades reconhecidas entre alunos de Arquitetura e Engenharia, no projeto Terra Amada todos “reconhecem que o trabalho em conjunto é essencial”, destacam no artigo no Semanário digital ECCLESIA.
O projeto Terra Amada foi criado pelo arquiteto Fenando Gonçalves e organizado pela arquiteta Ana Pinho, diretora do curso de Arquitetura da Universidade Católica de Viseu.
CB/PR