Iniciativa conclui-se hoje, em Viana, com intervenções sobre o tema «Nova Evangelização e cultura digital»
Viana do Castelo, 03 Fev (Ecclesia) – O director da Faculdade de Teologia da UCP/Braga defendeu que a Igreja deveria investir muito mais na catequese porque para muitos é a única formação que fica para toda a vida.
João Duque salientou que esta formação sistemática mínima está bem organizada para a primeira infância, mas nas etapas seguintes começa a pecar, quase não existindo na vertente para os adultos.
O responsável falava no segundo dia da Semana de Estudos Teológicos, promovida entre 1 e 3 de Fevereiro pela Escola Superior de Teologia e Ciências Humanas, do Instituto católico de Viana, subordinada ao tema «De um cristianismo perdido a uma Nova Evangelização».
A intervenção sobre a «formação laical» contou com a intervenção de João Duque e de Alfredo Dinis, director da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa, em Braga.
João Duque não tem dúvidas que na Igreja deveria estar muito clara a opção pela “formação de catequistas” que deveria ser “prioridade central de toda a formação” porque aqui se vai “jogar” a qualidade da catequese e a permanência ou abandono da criança e dos jovens no percurso de dez anos que está neste momento estabelecido.
O director-adjunto do núcleo de Braga da Faculdade de Teologia defende a criação e instituição do Ministério do Catequista, considerando que “faz mais sentido e tem mais actualidade” que outros e propondo que aqueles que o vão exercer tenham uma aprofundada formação teológica nos conteúdos fundamentais da fé, isto é “uma formação pastoral para os ministérios”.
No actual panorama eclesial português, João Duque entende que já é tempo de se começar a pensar na preparação de “agentes de pastoral especializados”.
Nalgumas Igrejas da Europa já é comum ter leigos que vivem exclusivamente da intervenção pastoral que realizam nas comunidades paroquiais.
Por seu turno, Alfredo Dinis trouxe para o debate o apoio que a Igreja dá, “não dá”, na sua opinião, aos jovens na escolha do curso superior que vão frequentar, colocando-os diante de uma escolha a partir da qual possam ajudar o mundo e a Igreja no seu desenvolvimento e na implementação dos seus valores.
Este responsável da Faculdade de Filosofia trouxe para o debate a problemática do “divórcio” entre fé e vida considerando que é “um problema muito sério nos nossos dias” porque isso retira aos cristãos a possibilidade de agirem a partir de “dentro” de “domínio vitais para a sociedade”.
Os cristãos que forem para a “arena pública” têm de estar “informadíssimos”, terem as “melhores competências profissionais” para poderem “viver a sua fé no espaço de intervenção e transmiti-la aos outros”.
Consensual foi a constatação da necessidade de formação ao longo de toda a vida para a vivência adequada de um cristianismo que tenha influência na vida pessoal e da sociedade.
A vigésima edição da Semana de Estudos Teológicos encerra-se com a intervenção de Luís Miguel Rodrigues e Paulo Magalhães sobre a «Nova Evangelização e cultura digital».
PG/OC