Teologia: «Nova interpretação» do «pecado das origens» marcou última lição do biblista Armindo Vaz

Cerimónia de jubilação decorreu na Faculdade de Teologia da Universidade Católica, no dia da entrega de diplomas

Lisboa, 13 fev 2015 (Ecclesia) – O professor de Sagrada Escritura da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa Armindo Vaz afirmou na lição da cerimónia de jubilação, esta sexta-feira, que é necessário “uma nova interpretação” sobre o “pecado das origens”.

“Onde abundou o pecado superabundou a graça” foi o tema da “ultima lição” do padre Armindo dos Santos Vaz, na cerimónia de jubilação, analisando as referências na Carta de São Paulo aos Romanos ao pecado original, nomeadamente nos versículos 12 a 21 do capítulo 5, assim como o no Génesis.

Na Carta aos Romanos lê-se: “Tal como por um só homem entrou o pecado no mundo e, pelo pecado, a morte, e assim a morte atingiu todos os homens, uma vez que todos pecaram (…) com muita mais razão a graça de Deus, aquela graça oferecida por meio de um só Homem, Jesus Cristo, foi a todos concedida em abundância”.

Para o professor de Sagrada Escritura da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (FT/UCP), o texto de São Paulo na Carta aos Romanos não afirma que a pessoa humana nasce “fatalmente” manchada por um pecado, mas sim que “é libertada do pecado por Jesus Cristo”.

O padre Armindo Faz considera que “não se diz que Jesus veio redimir o pecado das origens”, e recorda que “nem o Novo Testamento nem Génesis mencionam o pecado das origens nem o conhecem”.

O biblista considera que “por trás de cada ato mau está uma causa humana”.

O pecado do mundo que Jesus tira não é uma “fatalidade”, mas “é obra humana e propaga-se segundo a sua lógica”, sublinhou o padre Armindo Vaz.

O investigador da Sagrada Escritura afirmou que “o essencial é mudar de paradigma” e desenvolver “nova interpretação” sobre o pecado das origens, também porque “tem a vantagem de estimular a luta contra o mal físico e moral”.

Armindo dos Santos Vaz nasceu a 6 de agosto de 1944, em Chaves, e pertence à Ordem dos Carmelitas Descalços, onde fez os votos solenes, em Roma, a 8 de dezembro de 1965, dia de encerramento do Concílio Vaticano II.

Ordenado padre em 1969, Armindo Vaz colaborou no Instituto Superior de Estudos Teológicos, no Porto, em 1973/74 e é docente da Faculdade de Teologia desde 1978/79.

Na cerimónia de jubilação, presidida pela reitora da UCP, Maria da Glória Garcia, foi apresentado a última edição da Revista “Didaskalia”, de homenagem ao padre Armindo Vaz, e foram entregues os diplomas dos vários cursos da Faculdade de Teologia pelo respetivo diretor, padre João Lourenço.

PR

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Agência ECCLESIA

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