Teólogas italianas e iranianas juntas em debate

Interrogar, debater, buscar respostas além do conhecimento superficial que se tem do mundo do outro: foram estes os objectivos do encontro que juntou teólogas italianas e iranianas em Roma, na sede nacional da Acção Católica Italiana. A iniciativa partiu desta associação e da Coordenação de Teólogas Italianas, com o patrocínio da Embaixada da República Islâmica do Irão na Santa Sé. Segundo Tahere Nazari, que trabalha com o governo iraniano nas questões internacionais inerentes aos direitos das mulheres, crianças e família, está a aumentar a consciência do papel social das mulheres no Irão, “que deve conciliar-se com o de esposa e responsável pela educação das futuras gerações”. As mulheres constituem 40% da população iraniana, e a maioria tem menos de 25 anos. “A taxa de emprego feminina – explicou Nazari – era de 13,6%, em 2007 ,ou seja 12% mais em relação a 1997”. Do mesmo modo, “a taxa de alfabetização da população com mais de seis anos é de 80,3%, um aumento de 126% em relação à taxa de há 10 anos atrás”. No Parlamento iraniano há hoje 8 deputadas e 1491 conselheiras comunais e provinciais, presentes no Terceiro Conselho. Aumentam também as estudantes em todos os níveis de educação, as professoras e as escritoras. “Estes resultados – concluiu Nazari – não são o nosso ponto de chegada, mas o sinal de que as mulheres compreenderam que devem aumentar o seu esforço para desempenhar o seu papel, inclusive na construção do país”. Para o Alcorão, explicou Fariba ‘Allasvand, “a mulher tem a mesma dignidade que o homem, e a ‘sharia’, a lei islâmica, atribui a homens e mulheres idênticos direitos e deveres”. “As poucas diferenças existentes – acrescentou a teóloga – referem-se às diferenças físicas e psicológicas que caracterizam os papéis diferentes na família”. A maternidade é reconhecida com um forte apoio jurídico, porque está ligada à transmissão dos valores entre as gerações, mas sobretudo moral: “O Alcorão ensina que o respeito pela mãe é a chave para resolver todos os problemas, e uma atitude humilde diante dela é condição, no homem, para a entrada no Paraíso”. Por sua parte, Marinella Perroni, presidente da Coordenação de Teólogas Italianas, considera que “encontros deste tipo são o reconhecimento do que as mulheres podem oferecer ao seu país e às tradições religiosas, com a competência teológica, afirmando o direito das mulheres a reflectir sobre Deus e a falar dele”. Chiara Finocchietti, vice-presidente nacional do sector de jovens da Ação Católica (AC) na Itália, percorreu algumas das etapas fundamentais do itinerário da presença das mulheres na Igreja, até à afirmação do “génio feminino”, contido na Carta Apostólica de João Paulo II, «Mulieris Dignitatem», de 1988. Redacção/Zenit

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Agência ECCLESIA

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