A tensão entre o Governo e a Igreja Católica na Venezuela voltou a intensificar-se por estes dias com a publicação de um relatório de Direitos humanos, altamente crítico para com o presidente Hugo Chávez. A crise neste país sul-americano esteve em debate no Vaticano, na terça-feira, com uma visita ao Papa do arcebispo Baltazar Porras, presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV). O relatório, datado do início de Abril, critica a deterioração da qualidade de vida e os “graves problemas sociais” e a “repressão injustificável das forças de segurança” nas últimas manifestações públicas da oposição venezuelana. No final de 2003, milhões de venezuelanos assinaram o pedido de Referendo Revogatório do mandato presidencial de Chávez, excedendo o número previsto na Constituição do país, mas o Governo acusou a oposição de “fraude e falsificação”. O apoio da Igreja Católica na Venezuela à realização desse referendo revogatório tem sido mal recebido por Chávez. O presidente da CEV, contudo, limita-se a constatar que “a Igreja tem de dar a cara nos momentos de dificuldade”. Em declarações à imprensa da Venezuela, o arcebispo Porras explicou que encontrou no Vaticano “uma grande preocupações a respeito da situação em que vive o país”. “O Papa destacou de modo especial a necessidade de defender os mais pobres e velar pelos direitos humanos”, revelou. João Paulo II enviou uma mensagem de paz, esperança e reconciliação aos venezuelanos no final de um encontro privado, no Vaticano, com o arcebispo Baltazar Porras, presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV).