Tendas e automóveis acolheram esta noite muitos dos peregrinos de Fátima

«Tínhamos que vir», diz uma peregrina que aos 58 anos passou a noite no carro pela primeira vez

“Não viemos para dormir mas para estar na peregrinação”: é com estas palavras que Pastora Borges, de 58 anos, justifica os breves momentos de sono dormidos numa tenda à beira da avenida que passa diante do Santuário de Fátima.

O automóvel e a tenda, pertencentes a um dos quatro casais, chegaram esta Terça-feira e trataram logo de marcar lugar, enquanto que os outros seis peregrinos vieram ontem.

O hábito do campismo não os tornou insensíveis ao ruído: “A partir das cinco da manhã começam a passar muitos carros”, lamenta Pastora Borges.

Maria Ascensão Almeida, de 58 anos, dormiu esta noite pela primeira vez dentro do carro. O banco traseiro rebatido e as mantas ainda por dobrar são o que restam desta cama improvisada. “Não foi uma experiência agradável, mas já está!”, diz.

Sabia de antemão que não havia hotéis nem estalagens que a pudesse acolher mas ainda assim decidiu vir com o marido, José Dias, de 60 anos, um motorista de autocarros habituado a dormir onde calha.

“Tínhamos que vir. A nossa fé é assim”, afirma esta peregrina de Viseu, explicando que está em Fátima por causa de uma promessa pela saúde da filha, vítima de um AVC (acidente vascular cerebral). “Está a correr tudo bem”, diz com um sorriso.

No relvado defronte do Santuário começam a desmontar-se as tendas, na rua de acesso à basílica um pobre pede esmola com o olhar e um grupo de neo-catecumenais da cidade alemã de Munique canta Glórias e Aleluias.

No grande recinto, onde ainda há muito espaço livre, a paisagem é dominada por bandeiras espanholas, mas também há peregrinos da Ucrânia, Luxemburgo, Suíça, Holanda, Líbano, Rússia e França que se fazem notar.

Começa a chover e um arco-íris atravessa o Santuário.

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