Tempos modernos

Vivemos tempos muito modernos. Mas será que os sabemos viver? Neste momento está em jogo a seguinte questão: A mulher, ou melhor a Mãe, tem o direito a fazer um aborto, no seu bebé, até às 10 semanas de gravidez? São muitos os argumentos contra: Porque é que a decisão é só da mãe? E só porque ela não quer ter o bebé? Porquê o prazo das 10 semanas? Porque é que os que são contra o aborto vão ter de pagar por estes abortos, com os seus impostos? E não nos deixemos iludir: a malformação do bebé, o perigo de vida da mãe, a violação, os traumas físicos e psicológicos (!) por se ter um bebé, tudo isto já está contemplado na nossa lei. Portanto, não é disto que se trata. Trata-se de darmos a uma mulher que está à espera de bebé, a possibilidade e o direito de não o deixar nascer. Desde os anos 60, quem promove a liberalização do aborto baseia-se em dois argumentos: que, apesar de tudo, é melhor para a mulher e que ainda não é vida. Da parte do bebé, não há dúvidas científicas: é a opção entre a vida e a morte, desde a sua concepção. Aí está uma evolução (estamos mais modernos!) desde 1998, quando tivemos outro referendo sobre este tema. Hoje já ninguém consegue argumentar que não é vida, que não é um ser humano ou uma pessoa, sob risco de parecer ridículo e antiquado. E a mãe que quer ter o seu bebé? Muito se evoluiu desde 1998: os que defendiam a Vida (e só eles!) arregaçaram as mangas e, por todo o país, nasceram associações de apoio a mulheres que queiram ter os seus bebés, apesar das dificuldades que têm. Juntamente com as que já existiam, são cerca de 40 associações que lutam diariamente pela sua sobrevivência, dependendo dos fracos apoios do Estado, de particulares, e da dedicação das pessoas que lá trabalham. Todos estes apoios são em número insuficiente mas já ajudaram milhares de mulheres e os seus bebés, como se pode ver em www.federacao-vida.com.pt. E a mãe que não quer ter o seu bebé? Não me vou debater com as razões que possa ter porque nós não apontamos o dedo mas estendemos a mão. Sei que esta mãe pode estar a pensar que “a minha vida está acabada”, que “este bebé só me veio estragar a vida” e que “não posso ter este bebé”. Mas também aqui houve uma evolução: hoje sabemos que um aborto tem consequências gravíssimas naqueles que o praticam, especialmente na mãe. São transformações que se operam na sua cabeça e coração, desde a incapacidade de relacionamento com outros filhos, passando pelo afastamento de outros bebés, depressões e até suicídio. Não é mentira, é uma dura realidade escondida e omitida pelos que ajudam a mãe a fazer um aborto. E mesmo que eu conseguisse abstrair do bebé que perde a sua vida, não posso, como ser humano que sou, dizer “sim” à possibilidade de uma mulher fazer este mal contra si própria. Então, temos que usar a nossa imaginação e a nossa modernidade para encontrarmos soluções para todos: mãe, pai e bebé. Soluções que não coloquem mãe contra pai, mãe contra filho, pai contra filha. E assim são as soluções pela Vida. Uma nota final. Todo e qualquer argumento pela Vida se defende sem “meter” Deus no assunto. A nós que acreditamos, assiste-nos uma graça especial mas também uma responsabilidade maior em proteger qualquer ser humano, desde a sua concepção até à morte natural. E por isso no referendo de dia 11 de Fevereiro digo que não ao aborto, não obrigada: www.nao-obrigada.org

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Agência ECCLESIA

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