O porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, admitiu que Bento XVI aborde os temas do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo durante a visita a Portugal.
“Vamos ver aquilo que o Papa dirá sobre esses temas nos próximos dias e como o dirá”, afirmou o director da sala de imprensa da Santa Sé, num encontro com jornalistas no final do primeiro dia da viagem papal.
O Pe. Federico Lombardi sublinhou que as posições do Papa e da Igreja Católica sobre “o tema do aborto e da família são conhecidas” e que “o Papa frequentemente as apresenta”.
“Quem deve tirar as conclusões, deve tirá-las segundo as suas responsabilidades”, disse.
No seu primeiro discurso em Portugal, no aeroporto da Portela, Bento XVI afirmou que “a Igreja está aberta a colaborar com quem não marginaliza nem privatiza a essencial consideração do sentido humano da vida”.
Sem aludir a nenhuma das recentes mudanças legislativas no nosso país que têm sido contestadas pela Igreja, o Papa destacou que na intervenção pública dos católicos “não se trata de um confronto ético entre um sistema laico e um sistema religioso”.
O porta-voz do Vaticano revelou ainda muita satisfação pela forma como correu o acolhimento ao Papa, falando de 150 a 200 mil pessoas na cerimónia que decorreu no Terreiro do Paço, em Lisboa.
“A aproximação que o Papa assumiu nesta viagem é serena, construtiva, positiva, de encorajamento à inserção da comunidade cristã na sociedade”, refere o Pe. Lombardi.
Já no final do encontro, o porta-voz do Vaticano mostrou-se “espantado” as afirmações feitas à Antena 1 pelo Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa, António Reis, de que o primeiro-ministro, José Sócrates, não deveria estar presente na Missa celebrada no Terreiro do Paço.
O Pe. Federico Lombardi considerou que “em democracia, todos podem participar nos acontecimentos importantes do seu povo e do seu país”.
Bento XVI encontra-se em Portugal até 14 de Maio, passando por Lisboa, Fátima e Porto.