Tarefas pastorais para o Bispo de Portalegre-Castelo Branco

Alguns sacerdotes apontam as potencialidades e debilidades desta diocese que recebe este Domingo D. Antonino Dias Depois de alguns meses de espera, Portalegre irá receber com “muita esperança”, dia 12 de Outubro, D. Antonino Dias. A Agência ECCLESIA contactou com alguns presbíteros da diocese de Portalegre – Castelo Branco que nos mostram a realidade diocesana. “A dimensão social-caritativa tem uma cobertura razoável na realidade humana e demográfica da diocese, no entanto poderíamos melhorar alguns meios existentes no terreno” – apontou o Pe. João Mendonça, Director do Secretariado Diocesano da Acção Social e Caritativa. «Em Portalegre, cidade do Alto Alentejo, cercada de serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros». Foi assim que José Régio definiu a cidade onde viveu cerca de trinta anos da sua existência terrena. Longe vai o tempo em que nos bancos da escola nos diziam que o Alentejo era o celeiro de Portugal, que devíamos amar a Pátria e respeitar a independência nacional. Hoje a realidade é diferente. “Sentimos o isolamento das pessoas e temos uma população idosa” – referiu o Pe. João Mendonça. D. Antonino Dias irá encontrar na diocese de Portalegre – Castelo Branco uma “zona rural envelhecida, com aldeias a acabar, e alguns pólos urbanos com vitalidade própria das zonas do interior” – disse o Pe. Agostinho Dias, Director do Jornal «Reconquista». Um desses pólos é a cidade de Castelo Branco que tem sofrido “alguma crise com falências de fábricas ligadas às confecções” – avançou. Nas aldeias, os idosos estão entregues a eles próprios. “Muito vivem com medo do futuro e que não exista alguém que cuide deles” – reforça o Pe. João Mendonça. E acrescenta: “Não é fácil encontrar uma resposta satisfatória para essas situações”. Apesar das fragilidades existentes “estamos a mobilizar os mais válidos para que olhem e cuidem dos mais necessitados”. Gestos concretos de solidariedade. O trabalho em rede é fundamental porque “sozinhos perdemo-nos” – salienta o director do secretariado. Saber o que cada grupo faz e onde chega é uma prioridade. “Só assim não há repetições de trabalho” – afirma o Pe. João Mendonça. Animar a Pastoral Vocacional Com um clero envelhecido e escassez de vocações, o Pe. João Coelho, director do Jornal «O distrito de Portalegre» mostra-se preocupado a realidade vocacional. “Temos apenas dois seminaristas e o Pré-Seminário não tem dado os frutos que esperávamos” – sublinhou. Para ultrapassar este lacuna, o Pe. João Pires Coelho espera que D. Antonino Dias “faça uma animação vocacional” e dinamize os grupos de jovens”. Apesar da diocese ter diáconos permanentes, “não tem leigos preparados para substituir sacerdotes nas celebrações da palavra”. O director do Secretariado da acção social e caritativa completa: “os padres não conseguem chegar a todo o lado porque os afazeres são imensos”. Apostar num novo “enquadramento pastoral” e “desafiar os jovens para a vocação ministerial” são as propostas apontadas pelo Pe. Paulo Henriques, Director do Jornal «Mensageiro de Alter». Diocese de Castelo Branco A ideia de reconstituir a diocese de Castelo Branco ainda não desapareceu totalmente. No entanto, o papel do bispo é congregar as várias sensibilidades. Neste mundo globalizado, “a diocese vive a mesma fé” – frisou o Pe. Paulo Henriques. Apesar das reivindicações de “alguma autonomia penso que não tem sido isso que tem dificultado a nossa unidade” – adianta. Por sua vez, o Pe. Agostinho Dias salienta que “não há rivalidade entre Castelo Branco e Portalegre” porque se “aceitou o «não» dado pela Conferência Episcopal sobre este assunto”. O Director do Jornal «Mensageiro de Alter» recorda mesmo uma frase do anterior bispo: “tirar de uma remediada para fazer duas pobres, mais vale continuar uma remediada”. Frequência dominical baixa Hoje, a reserva estratégica alimentar é pensada em termos europeus e macrocéfalos; no limite, poderemos deixar de ter que comer se nos Países Baixos o gado bovino decidir que não quer ser mungido ou se os camionistas espanhóis boicotarem as vias de comunicação. Actualmente, podemos dizer que perdemos a independência alimentar mas, paradoxalmente, continuamos a manter as Forças Armadas – organizadas e equipadas – para defender a Pátria. Já foi celeiro de Portugal, bastião da reforma agrária, símbolo da contra-revolução – e agora ninguém sabe o que vai ser. O Alentejo está na moda como região de lazer, onde os lisboetas vão dar uns tiros aos fins-de-semana ou libertam o stress na tranquilidade de montes recuperados. Mas a diocese de Portalegre – Castelo Branco não é só isto, ela também tem vitalidade. Apesar destas características alentejanas, D. Antonino Dias “não pode implantar a dinâmica das grandes celebrações do Minho” – disse o Director do «Distrito de Portalegre». E acrescenta mais dados: “A frequência dominical é baixa” e a “vida de piedade das paróquias não tem a mesma intensidade do norte. Um bispo jornalista? Todos os interlocutores esperam que o Bispo de Portalegre – Castelo Branco colabore com a imprensa diocesana. “Espero que ele interfira na Comunicação Social, nos anime e dê o seu contributo” – disse o Pe. João Pires Coelho. Notícias relacionadas •Novo Bispo de Portalegre-Castelo Branco toma posse

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