Tanzânia: Bispo de Zanzibar preocupado com a segurança dos cristãos

D. Augustine Shao pede apoio político local e internacional para acabar com «onda de intolerância» criada por radicais islamitas

Lisboa, 22 fev 2013 (Ecclesia) – O bispo de Zanzibar, na Tanzânia, está preocupado com a segurança das comunidades cristã no país, neste momento ameaçada por uma campanha de ódio e violência que está a ser promovida por diversos grupos islâmicos.

Em declarações veiculadas pela fundação católica Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), D. Augustine Shao pede a intervenção do Governo para evitar o crescimento de uma “onda de intolerância” religiosa naquele território africano.

“Alguns radicais islamitas defendem que a maioria islâmica não deve tolerar quaisquer outras religiões”, lamenta o prelado, realçando que a onda de ameaças se tem estendido a “sacerdotes e bispos”.

“Já no Natal um padre foi baleado, e agora outro sacerdote foi morto a tiro. Até um dirigente religioso islâmico, que tinha apelado à moderação, foi atacado com ácido e está agora no hospital”, salienta o responsável máximo pela comunidade cristã na Diocese de Zanzibar, que conta atualmente com cerca de 10 mil fiéis, inseridos numa população total de quase 991 mil pessoas, de maioria muçulmana.

Para D. Augustine Shao, os responsáveis políticos do país têm de “garantir a segurança das pessoas e, especialmente, das minorias”.

“Por muito tempo mantiveram-se em silêncio e permitiram, assim, que germinasse uma campanha de propaganda e de ódio contra os de outras crenças religiosas”, sustenta o prelado, que espera ainda “que a comunidade internacional exorte os governos de Zanzibar e da Tanzânia para pararem com a violência”.

Este ano, segundo a AIS, para além dos ataques a membros do clero católico, “diversas igrejas de várias denominações cristãs foram incendiadas”, na região de Zanzibar.

“Na origem dos incidentes estará a prisão de alguns membros de uma organização extremista que deseja introduzir um Estado islâmico na ilha, assim como a imposição da sharia” a lei islâmica, esclarece a fundação católica dependente da Santa Sé.

AIS/JCP

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