José Luís Nunes Martins
Conhecer novas realidades faz-nos crescer e torna-nos mais prudentes, porque nos obriga a um caminho interior por entre dimensões que nos são tão familiares quanto assustadoras. Desse ponto de vista, até a mais breve viagem é uma descoberta.
Se os muitos mundos do mundo nos podem enriquecer, também é verdade que por vezes o mais importante não é mudar de horizontes, mas sim aperfeiçoar a forma como olhamos para o que está diante de nós todos os dias, por vezes há muitos anos.
Há quem fuja dos seus medos e quem procure razões de esperança… Uns e outros correm inquietos até aprenderem a andar com sossego ao longo da sua própria vida. Sem parar, sem grandes medos e com esperanças mais ou menos firmes.
O olhar do viajante costuma falhar num ponto essencial, porque quem vê as coisas de passagem nunca chega a conhecer-lhes o lado mau. O que pode levar à conclusão de que as únicas realidades com defeitos são as da sua vida… quando, na verdade, assim é porque são as únicas que conhece bem e não de passagem.
Dois viajantes contam a mesma expedição de formas diferentes. Cada um repara e retém aquilo a que dá mais importância. Que bom que é quando ambos partilham os seus olhares e as riquezas que cada um deles desvenda!
Parte agora, põe-te a caminho. É sempre hora de partir, apesar de quase nunca sabermos para onde.