Taizé: «Rezar pela paz é mais urgente do que nunca» – irmão Alois

Mensagem da comunidade ecuménica para 2023 quer «identificar caminhos para renovar a vida cristã»

Foto: Comunidade de Taizé

Taizé, França, 27 dez 2022 (Ecclesia) – O prior da comunidade monástica de Taizé (França) incentiva, na sua mensagem para 2023 a “escolher a confiança”, em direção à “fraternidade universal”, num momento marcado pela guerra, a nível mundial.

“Quando a paz parece um ideal inacessível e a violência dilacera a família das nações, quando perigos de toda a espécie nos abalam, repitamo-lo: na vida interior, mesmo quando é muito pobre, através da solidariedade com o próximo e de uma amizade que se expande cada vez mais, Cristo ressuscitado vem ao nosso encontro”, escreveu o irmão Alois, num texto divulgado online.

O prior da comunidade ecuménica sublinha que se vive um período de “intensa polarização e agravamento das divisões” nas sociedades, às vezes, nas Igrejas e nas famílias, e o ruído ou as mentiras parecem “superar o silêncio das longas maturações interiores”.

Neste contexto, “a oração é ainda mais essencial”, é fonte de esperança e caminho de serenidade, permite manter abertas as portas do diálogo, “mesmo com quem se opõe a nós ou vem de outros horizontes”.

Segundo o irmão Alois, a Igreja é convidada “a ser sinal do reino de Deus que há de vir” e a descobrir aquilo que “o Espírito Santo lhe pede hoje”, para contribuir para uma fraternidade universal, e apresenta quatro pedidos, para serem aprofundados com os outros.

O prior de Taizé refere que procurar “a parte de verdade que existe no outro”, ajudará a crescer, e ser um lugar de respeito mútuo, “pode ser o diálogo entre crentes de diferentes religiões”, ao racismo e às discriminações de todos os tipos, “que pesam nas relações interpessoais e em tantas sociedades”, é preciso procurar “o que pode ajudar a mudar o olhar sobre os outros”, por exemplo, a escutar “aqueles que deixaram o seu país de origem”.

“Ao grito da terra”, é urgente recordar a “responsabilidade confiada por Deus à humanidade”, e são necessárias decisões políticas e económicas, mas, cada um pode “simplificar o seu estilo de vida e renovar o sentimento de admiração pela beleza da criação”.

Sobre a guerra na Ucrânia, onde esteve durante cinco dias antes do Natal, e noutros lugares do mundo, o irmão Alois observa que algumas pessoas têm dificuldade em rezar, “como se Deus estivesse ausente ou calado diante do mal”.

“Ao rezarmos pela paz, desperta também o nosso sentido de responsabilidade e a nossa solidariedade para com todos aqueles que sofrem terrivelmente com o drama da guerra”, acrescenta.

O responsável religioso explica que “não se trata de pedir uma paz fácil”, que dê a vitória ao agressor, mas “a paz verdadeira e exigente” que, para ser duradoura, deve andar de mãos dadas com a justiça e a verdade: “Rezar pela paz é mais urgente do que nunca”.

A Comunidade de Taizé vai reunir “5000 jovens” da Europa e de outras geografias no 45.º Encontro Europeu, em Rostock (Alemanha), de 28 de dezembro a 1 de janeiro de 2023; a mensagem ‘Vida interior e solidariedade’ vai ser entregue aos participantes desta iniciativa anual, que faz parte da ‘Peregrinação de Confiança através da Terra’.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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