Irmão Alois iniciou meditações diárias no encontro europeu de Valência
Valência, Espanha, 29 dez 2015 (Ecclesia) – O prior da Comunidade Ecuménica de Taizé recordou em Valência a sua passagem recente pela Síria e pelo Líbano alertando que os “novos problemas migratórios, ecológicos e sociais” interpelam crentes, não crentes e “reclamam novas solidariedades”.
“Sem perder a lucidez, mas resistindo ao medo, gostaríamos de pedir a Deus: mostra-nos como podemos contribuir, sem ficar à espera, aqui ao pé e ao longe, para irradiar a tua paz através da humanidade e de toda a criação”, disse o irmão Alois, na primeira meditação do Encontro Europeu de Jovens, que decorreu na cidade espanhola.
Na catedral de Valência, o responsável religioso questionou ainda o que se pode fazer em relação aos conflitos uma vez que quando surgem “muitas vezes é tarde demais”.
“A espiral de ódio e de vingança é extremamente difícil de interromper. As feridas são demasiado profundas para que os corações consigam apaziguar-se”, desenvolveu na meditação da noite de segunda-feira, enviada hoje à Agência ECCLESIA.
Para o prior da Comunidade de Taizé são os corações que “precisam de mudar” para haver paz no mundo, uma vez que esta “deve brotar de uma fonte profunda” que se encontra na paz que Deus comunica".
“Para nos tornarmos mulheres e homens de paz precisamos de coragem. É a coragem do Evangelho, a coragem da misericórdia que nos leva a abrir incondicionalmente o nosso coração a todos os seres humanos”, destacou o irmão Alois.
Neste contexto, convidou os cerca de 30 mil jovens presentes no encontro que durante estes dias em Valência, até 01 de janeiro 2016, e ao longo do ano, procurem juntos como “despertar a coragem da misericórdia” em cada um e recordou que há cinco propostas concretas.
O prior de Taizé começou a sua primeira meditação no 38.º encontro europeu de final de ano desta comunidade com a informação que passou o Natal na Síria, depois de ter passado pelo Líbano.
“Raramente vivi uma festa de Natal onde a mensagem de paz do Evangelho foi sentida deste modo. No Natal, lembramo-nos de que Jesus veio para testemunhar a misericórdia infinita de Deus, a violência caiu sobre ele mas não foi capaz de vencer o seu amor”, sublinhou.
O religioso observou que o Médio Oriente “não está longe” e o que ali acontece tem impacto na Europa.
“Todos os que encontrei na Síria disseram-me: ‘Reze por nós’. Escutemos o seu apelo e confiemos a Deus os que sofrem a violência no Médio Oriente”, revelou na nova etapa da ‘Peregrinação de Confiança através da Terra’, iniciada pelo irmão Roger (o fundador) no final
O Papa Francisco na mensagem enviada para o Encontro recordou os imigrantes em dificuldade e pediu que os jovens criem nas suas comunidades um “oásis de misericórdia”.
De recordar que participam neste encontro trezentos jovens portugueses em grupos organizados pelas das Dioceses do Algarve, Lisboa, Leiria, Porto, Braga e Viana do Castelo.
CB/JCP