Taizé: Prior da comunidade incentiva à «coragem da misericórdia»

Irmão Alois apresenta cinco propostas concretas para este despertar

Taizé, França, 28 dez 2015 (Ecclesia) – O prior da Comunidade Ecuménica de Taizé, França, revelou que as palavras “alegria, simplicidade, misericórdia” vão acompanhar o caminho da comunidade no próximo triénio e apresentou cinco propostas para “despertar” em cada pessoa a “coragem da misericórdia”.

“Procurámos descobrir modos de nos envolvermos em novas formas de solidariedade; elas são hoje urgentes. Em toda a terra, há novos problemas – migratórios, ambientais e sociais – que desafiam quer os crentes das diversas religiões quer os não crentes”, explica o irmão Alois.

Na mensagem enviada à Agência ECCLESIA, o prior da Comunidade Ecuménica de Taizé revela que “sem perder a lucidez” mas resistindo ao medo da insegurança a ‘peregrinação de confiança’ vai continuar e comenta que quem “espera e vive” uma globalização da solidariedade “precisa ainda mais” de se apoiarem mutuamente.

“O Evangelho chama-nos a testemunhar a compaixão de Deus”, acrescenta o irmão Alois que apresenta cinco propostas para “despertar a coragem da misericórdia”.

Na primeira proposta – Confiarmo-nos a Deus, que é misericórdia – assinala que o amor de Deus “não é um instante, mas para sempre” e cada um pode ser “reflexo através da compaixão”.

“Como cristãos, compartilhamos com muitos crentes de outras religiões a preocupação de colocar a misericórdia e a bondade no centro das nossas vidas”, observa.

‘Perdoar sempre de novo’, é a segunda proposta porque a mensagem do perdão de Deus “não pode ser usada para desculpar o mal e a injustiça” mas torna as pessoas “mais abertas” para discernir faltas pessoais e os erros e as injustiças que “existem no mundo”.

“Mostremos que a Igreja é uma comunidade de misericórdia e está, sem discriminações, aberta aos que nos rodeiam, através da hospitalidade, abstendo-nos de juízos definitivos sobre os outros, defendendo os oprimidos, construindo em nós um coração grande e generoso”, pede o prior de Taizé.

Neste contexto surge a terceira proposta – Aproximarmo-nos de uma situação de aflição, sozinhos ou com outros – onde o irmão Alois pede ousadia no encontro através da aproximação de uma “situação de sofrimento”.

“A misericórdia não é sentimental, mas exigente, de uma exigência sem limites. Uma lei define bem um dever, mas a misericórdia nunca diz: ‘Isso é o suficiente, eu fiz o meu dever’”, frisa.

‘Alargar a misericórdia às suas dimensões sociais’ é a penúltima proposta com o monge bávaro a alertar que é “essencial fortalecer” as instituições internacionais, que democraticamente definem regras, para “garantir maior justiça e para manter a paz”.

Desta forma, o irmão Alois destaca que a dívida dos países pobres é “muitas vezes o resultado da exploração dos seus recursos por nações e empresas mais poderosas” e pede que se ultrapasse o “medo do estrangeiro e das diferenças culturais” uma vez que se o “afluxo de refugiados e migrantes” cria dificuldades pode ser uma oportunidade.

Na quinta e última proposta mobiliza à ‘misericórdia por toda a criação’ com “decisões que afetam o quotidiano”, numa escolha “consciente pela sobriedade”.

O prior de Taizé adianta ainda que “alegria, simplicidade, misericórdia” vão “acompanhar o caminho” da comunidade nos próximos três anos e começam pela “misericórdia”, no âmbito do Jubileu Extraordinário convocado pelo Papa Francisco.

A Comunidade Ecuménica de Taizé promove a partir de hoje o seu encontro europeu de final de ano, desta vez em Valência, Espanha, com apelos à fraternidade e onde estão 300 jovens portugueses, até 1 de janeiro de 2016.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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