Três mulheres, no centro histórico da cidade Invicta, vivem durante um mês proposta de oração e simplicidade
Porto, 08 ago 2014 (Ecclesia) – Uma pequena Comunidade Provisória, constituída por três mulheres, foi acolhida na paróquia da Vitória, na diocese do Porto, para durante um mês através do serviço e da oração, testemunharem a possibilidade de “Igreja ecuménica”.
O desafio partiu da Comunidade ecuménica de Taizé, existente no sul de França, e foi dirigido a Irene Moreira, colaboradora da paróquia de acolhimento, e pelo paróco, o padre Jardim Moreira.
“O primeiro apelo para estar neste espaço é dizer que é possível viver com o essencial”, explica à Agência ECCLESIA, Irene Moreira.
“Não é fácil porque estamos num território muito descristianizado e difícil. Como fazer compreender que é possível viver todos juntos na simplicidade e na partilha, rezar três vezes ao dia, trabalhar como qualquer outro funcionário da instituição mas sem serem remuneradas, nesta gratuidade”, testemunha a responsável pelo projeto.
A comunidade é composta pela alemã Judit, pela francesa Jane e pela espanhola Iolanda, que todos os dias, depois da oração da manhã, seguem para os seus trabalhos, ora com as crianças, com os idosos ou com as pessoas sem-abrigo.
Jane explica à Ecclesia que desconhecida “verdadeiramente” as tarefas que a esperavam e que a experiência de trabalhar pelos outros vale a pena ser valorizada.
“Os jovens que aqui estão ficam espantados connosco, porque dizem que vimos de longe, aprendemos a sua língua e estamos interessados na sua realidade”, concretiza a jovem francesa, dando conta que estão inseridos “num bairro turístico” mas onde os turistas “não os olham”.
“Faz-lhes bem ver que nos interessamos por eles”.
Para a alemã Judit, pertencente a uma Igreja Luterana, a experiência de Taizé, e concretamente da comunidade provisória no Porto, é a possibilidade de perceber uma Igreja una que “olha mais para o que temos de comum do que para as diferenças”.
Trabalhar com o Centro Social Nossa Senhora da Vitoria é “um privilégio” porque significa a concretização da “nova solidariedade”, proposta pelo fundador da Comunidade de Taizé, o Irmão Roger.
Para a espanhola Iolanda, o trabalho que estão a realizar é a “concretização do amor de Deus”.
“Não vale a pena rezar se não o pusermos em prática e esta é a melhor forma disso acontecer”, explica à ECCLESIA.
Desde o dia 21 de julho e até ao dia 15 de agosto as três mulheres partilham os dias “com simplicidade e oração”, traduz Irene Moreira, deixando um testemunho de proximidade.
“Com as crianças brincam, aos idosos fazem companhia, com as pessoas sem-abrigo conversam e, partilham as orações com quem estiverem, mesmo com quem não é batizado ou vai à catequese, como é o caso de algumas crianças que acabam por ser seduzidas e percebem que rezar não é tão maçador como à partida parece”.
A experiência de viver em Taizé é o denominador comum entre estas mulheres que reconhecem ser esta forma de oração que torna possível a “unidade entre os cristãos”, indica Judit.
“Em Taizé aprendi que o importante era a unidade de tudo. Da religião, sim, na oração, mas também na partilha da bolacha, do pão, da água, até de uma peça de roupa num dia de chuva”, recorda Irene Moreira.
Despois de conhecer taizé com seis anos, Jane regressa à comunidade ecuménica em França para “refletir e rezar. Volto a Taizé para encontrar energias e forças para seguir em frente”.
PR/LS