Taizé: Encontro Europeu quer deixar sementes de reconciliação

Participantes elegem a simplicidade na oração e no acolhimento das famílias para ultrapassar conflitos

Lisboa, 07 jan 2014 (Ecclesia) – O 36º Encontro Europeu em Estrasburgo, organizado pela Comunidade ecuménica de Taizé, deixou marcas de reconciliação e “responsabilidade” entre os participantes que elegem os gestos simples como forma de ultrapassar os conflitos.

“Temos de ser continuamente um sinal de paz na sociedade e de forma simples. Não tenho de ir para o Parlamento Europeu ou para o Tribunal de Direitos Humanos, mas responsabiliza-me no local de trabalho e onde vivo. Nos encontros de Taizé tudo é tão bonito e saímos cheios de nostalgia, esquecendo que na nossa realidade também há guerra e pequenos conflitos que podemos contribuir para a sua resolução”, explica à Agência ECCLESIA Inês Pereira, participante em Estrasburgo, França, no encontro que terminou no dia 1 de janeiro.

Natural de Leiria e a residir no Algarve, Inês rumou no final do ano à região francesa da Alsácia para, juntamente com cinco amigos, ser acolhida por uma família e ser testemunho de uma “Igreja jovem”.

“Temos de ser sinal para uma família que nos acolhe, pois recebem-nos sem pedir nada em troca e no final ainda nos agradecem pelo sinal de esperança que encontram na Igreja jovem que acolheram em suas casas”, explica a fisioterapeuta de 27 anos, a exercer em São Brás de Alportel.

A futura médica Lénise Parreira fez um intervalo no seu estágio em medicina do trabalho e no dia 26 de dezembro rumou a Estrasburgo para ser voluntária, inserindo-se na equipa de “webstudio”, no acolhimento ou auxiliando na tradução de uma conferência que decorreu no Parlamento Europeu.

“Ir a Taizé é a fazer uma experiência de pertença”, sustenta a jovem médica, após oito experiências na comunidade ecuménica, em França, onde esteve nos grupos de partilha ou em semanas de silêncio.

Participar nos Encontros Europeus, nas etapas da Peregrinação da Confiança na Terra como a Comunidade as denomina, significa ir ao encontro de outros jovens crentes que querem “fazer uma pausa diária para rezar”, onde “se fecha os olhos, se sente o que as músicas proporcionam, e se fica em contemplação”.

“Entramos com uma mala cheia, mas devemos confiar, abrir a mala e contemplar. Quando terminamos e olhamos a mala, percebemos o que é essencial e ganhamos a perspetiva de Deus e o seu olhar perante a nossa bagagem”, explica Lénise Parreira, de 26 anos, natural dos arredores de Paris, em França, a residir atualmente em Lisboa.

A proximidade com Deus e a valorização do tempo são benefícios que as duas entrevistas encontram nas orações de Taizé.

“Entramos nas nossas igrejas, onde encontramos rituais que não compreendemos mas o amor de Deus é simples e pode chegar a toda a gente”, explica Inês Pereira que radica nesta experiência os motivos da sua missão de dois anos na Diocese do Sumbe, em Angola.

Já Lénise afirma ter aprendido a “aceitar o tempo”, “adiando conversas e trabalho” para “parar e dar espaço para que Deus vire vida, pondo de lado o barulho”.

No final do encontro o prior da Comunidade, o Irmão Alois, sublinhou a disponibilidade das dez mil famílias que abriram as portas e acolheram os jovens, mostrando “a comunhão da Igreja” e “a compreensão entre os povos”.

“Todos os jovens foram acolhidos em famílias. Foram muitos os que nos vieram dizer, antes de deixarem Estrasburgo, o quanto se sentiam tocados pelo caloroso acolhimento”, afirma um comunicado enviado à hoje Agência ECCLESIA.

O 37º Encontro Europeu será em Praga, de 29 de dezembro de 2014 a 2 de janeiro de 2015.

LS

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