Taizé: Convite a parar, escutar e olhar

Comunidade ecuménica prepara encontro europeu em Berlim

Lisboa, 15 nov 2011 (Ecclesia) – Parar o desassosego, escutar Deus, olhar a vida: este é o programa que há mais de 70 anos atrai anualmente milhares de jovens à comunidade ecuménica de Taizé, alguns distantes da pertença à Igreja Católica.

“Vir a Taizé é ser acolhido por uma comunidade marcada por duas aspirações: avançar numa vida de comunhão com Deus através da oração e assumir responsabilidades para depositar um fermento de paz e de confiança na família humana”, explica o site da comunidade.

As 34 línguas da página inicial são reveladoras da notoriedade alcançada pelas peregrinações junto dos jovens, que através de preces, meditações, cânticos e conversas com religiosos e pessoas de outras culturas procuram “uma paz interior, uma ‘razão de viver’ ou um novo impulso”.

De segunda-feira a sábado a primeira oração é às 8h15 – meia hora mais tarde ao domingo – seguida do pequeno-almoço, reflexão bíblica, silêncio e oração do meio-dia, antes do almoço, que como as restantes refeições decorre num espaço comum.

No programa da tarde propõem-se ensaios de cânticos, grupos de reflexão, trabalho prático e oficinas que “ajudam a aprofundar a relação entre a fé e a vida”.

Os peregrinos da comunidade fundada em 1940 pelo irmão suíço Roger Schutz jantam às 19h00, e hora e meia mais tarde iniciam a oração da noite, que à sexta-feira termina à volta da cruz.

Ao sábado, que à semelhança do domingo tem menos ocupações, a oração noturna é iluminada por velas que recordam a “luz pascal”, isto é, a passagem de Cristo da morte para a ressurreição.

As alternativas da estada em Taizé são várias, desde a permanência em silêncio até à participação em tarefas de acolhimento e manutenção, reservadas sobretudo a quem pretende ficar mais do que uma semana ou até meses junto dos monges.

A chegada decorre preferencialmente ao domingo para estadias de uma semana, ou à quinta-feira para permanências de quatro dias, com a diária para os portugueses a ficar entre os seis e oito euros.

“As condições de vida são simples”, explica a comunidade: em alguns períodos do ano, como a Páscoa, e no verão, “é importante” levar tenda, saco-cama, esteira isolante e cobertores, embora esteja prevista a possibilidade de alojamento em dormitórios aquecidos durante o inverno.

A espiritualidade da comunidade é vivida também fora de Taizé através de grupos de oração que se reúnem nas paróquias, e também nos encontros anuais europeus realizados na passagem de ano.

O próximo realiza-se em Berlim, capital da Alemanha, de 28 de dezembro a 1 de janeiro, mobilizando milhares de jovens, paróquias e famílias de acolhimento, como aconteceu em Lisboa no ano de 2004.

A iniciativa baseia-se nos elementos que compõem o dia a dia de Taizé, com orações, conferências sobre temas espirituais e questões atuais da sociedade, além de encontros por países, uma vigília pela paz à hora da passagem para 2012 e a “festa dos povos”, às primeiras horas do novo ano.

Os participantes no 34.º encontro europeu, que devem inscrever-se até 1 de dezembro, são convidados a levar medicamentos e material médico de primeira necessidade, a serem entregues pelos monges a populações pobres da Coreia do Norte, prosseguindo a ajuda prestada desde 1998.

RJM

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Agência ECCLESIA

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