Encontro anual promovido pela comunidade ecuménica vai decorrer na capital italiana até 2 de janeiro
Cidade do Vaticano, 29 dez 2012 (Ecclesia) – 40 mil jovens vão entrar em 2013 a rezar no encontro europeu anualmente promovido pela comunidade ecuménica de Taizé e, esta tarde, pelas 18h00 locais (menos uma em Lisboa) encontram-se com Bento XVI.
Até 2 de janeiro, estão programados encontros de oração, reflexão e vida comum nas paróquias e nas famílias que acolhem estes jovens vindos dos mais variados países.
O irmão Alois, prior de Taizé, em entrevista à Rádio Vaticano realça que “muitos jovens vivem um momento difícil economicamente, por isso é ainda mais importante ir à fonte da fé e é um encorajamento para o futuro”.
Os jovens “católicos, mas também ortodoxos e protestantes”, querem “viver no sinal de Cristo” e celebrar juntos, em Roma, estes dias, disse o irmão Alois.
Em relação ao novo ano que se avizinha, o prior de Taizé espera que se encontrem “novos caminhos de solidariedade” e que seja um “ano de paz em muitos lugares do mundo, como a Síria e onde há guerra e violência”
O irmão David, português que integra a organização do evento, descreve em texto publicado pelo Semanário Agência ECCLESIA a 35ª etapa da ‘Peregrinação de Confiança através da Terra’ iniciada pelo irmão Roger, fundador da comunidade monástica.
“Inserido no programa do Ano da Fé, este encontro vai reunir 40 mil jovens de todo o continente europeu para seis dias de reflexão, oração e partilha com paróquias, famílias e comunidades religiosas da capital italiana”, assinala o monge de Taizé, pequena localidade francesa que acolhe a casa-mãe da comunidade cristã, cerca de 390 km a sudeste de Paris.
25 anos depois do último Encontro Europeu em Roma, onde decorreu em 1980, 1982 e 1987, esta peregrinação “regressa ao berço do cristianismo ocidental”, destaca o irmão David.
“A sede de autenticidade e de partilha presente nos jovens de hoje é a mesma que tinham os jovens dos anos 80, tal como o desejo de um mundo mais unido e fraterno, enraizada na procura de valores mais espirituais que materiais”, refere.
O monge português admite que o facto de decorrer em Roma vai dar ao encontro “uma fisionomia um pouco diferente” daquela que teve nos últimos anos, depois de Bruxelas, Poznan, Roterdão e Berlim.
“Em vez de terem lugar em grandes pavilhões de um enorme parque de exposições, as orações comunitárias serão em sete grandes igrejas da cidade, incluindo as principais basílicas: São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo fora de muros”, exemplifica.
As refeições serão distribuídas no Circo Massimo e os workshops da tarde vão incluir visitas às catacumbas, Museus do Vaticano e “outros locais significativos para a fé cristã”.
O encontro vai manter, no entanto, “as grandes linhas”: “Hospitalidade em famílias, comunidades religiosas ou escolas; programa da manhã nas paróquias, com momentos de oração e partilha e descoberta de sinais de esperança locais; workshops sobre temas espirituais, artísticos ou sociais; para iniciar o Ano Novo, vigília de oração pela paz nas paróquias, seguida por uma ‘festa dos povos’”.
Um programa que, de acordo com o irmão David, “deseja ajudar os jovens peregrinos a situar a sua própria procura de sentido numa dimensão mais vasta, a da humanidade em busca da sua unidade e da de todos os discípulos de Jesus Cristo”.
“Para dar uma esperança renovada a uma Europa ameaçada pela asfixia e para ser fermento de solidariedade entre todos os povos, a Igreja tem um papel único a desempenhar”, conclui.
Lisboa acolheu um Encontro Europeu de Taizé, entre 28 de dezembro de 2004 e 1 de janeiro de 2005.
LFS/OC