Supremo Tribunal indonésio recusa clemência aos católicos condenados à morte

O Supremo Tribunal indonésio negou o segundo pedido de clemência para os três católicos condenados à morte, acusados dos actos de violência cometidos no ano 2000, no auge do conflito entre muçulmanos e cristãos em Poso, província de Sulawesi central (ilhas Célebes). Fabianus Tibo, Domingus “Domi” da Silva e Marinus Riwu poderão, por isso, vir mesmo a ser executados, apesar da intervenção de Bento XVI em seu favor. Os advogados de defesa dos condenados consideram que o Supremo não tem autoridade para pronunciar-se sobre pedidos de clemência ao presidente da República, como é o caso. A justiça para estes três católicos foi obscurecida por relatórios de intimidação de extremistas, acusados de atitudes ameaçadoras fora do tribunal e ameaças de morte aos advogados de defesa. O Papa escreveu uma carta escrita ao presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, apelando a uma intervenção “do ponto de vista humanitário” neste caso particular, “de modo a que um acto de clemência possa ser oferecido a estes três cidadãos católicos da sua Nação”. Por outro lado, grupos de cristãos, muçulmanos, parlamentares, ONG’s e associações juvenis realizaram diversas manifestações e apelos contra a execução dos três cristãos. Um apelo assinado por diversas organizações interconfessionais foi entregue ao presidente indonésio, referindo que “o processo contra os três acusados foi injusto e omitiu verdades importantes”. A Nunciatura Apostólica no país já manifestou a sua “esperança” de que as execuções sejam canceladas, mas vários grupos de muçulmanos radicais têm pedido ao presidente Susilo para que “não se deixe influenciar pelas pressões do Vaticano”.

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