Suíça: Missão católica continua a ser ponto de encontro de emigrantes

Igreja celebra a 42ª Semana das Migrações em Portugal, até 17 de agosto

Lisboa 11 ago 2014 (Ecclesia) – Isabel Fonseca é emigrante na Suíça, onde dedica tempo à missão católica em Zurique que, nos últimos anos tem visto chegar mais jovens qualificados, muitos sem garantias de trabalho ou casa.

A nova vaga emigratória em Portugal faz com que cheguem mais jovens à Suíça sem apoio nem garantias: “É triste saber que entram muitas mas muitas pessoas sem o mínimo de condições e sujeitam-se ao que pode acontecer”.

“Sujeitam-se a um futuro novo porque o país nem sempre dá essa possibilidade e ultimamente têm entrado (Suíça) bastante jovens, pessoas com formações e tentam caminhos novos”, comenta Isabel Fonseca que já foi abordada por emigrantes que pediam informações sobre como conseguir habitação.

“Não é fácil e muitas vezes é preciso contrato de trabalho e quando se fica numa fila de espera aparecem muitas outras dificuldades. É um bocadinho triste porque as pessoas lutam, vão mas não pensam nos obstáculos que depois surgem e não é fácil”, desenvolveu.

A entrevistada revela à Agência ECCLESIA que dedica parte do seu tempo livre à missão católica em Zurique, que continua a ser ponto de encontro entre os portugueses.

“Com todo o gosto, sempre o fiz, faço e espero que realmente chegue o dia em que poderei apoiar mais do que hoje. São ajudas depois do horário de trabalho, é o padre que nos pede pequenas coisas”, desenvolve Isabel Fonseca.

“Ir à Igreja para mim nunca é difícil, estar na casa de Deus nunca é demais”, acrescentou a emigrante que todos os anos passa férias em Portugal e em Lisboa tem dois locais de paragem obrigatória, visitar a sua mãe e a igreja de Santo António.

“A adaptação foi boa, acho que uma pessoa deve enfrentar a vida, muitas das vezes, como ela se apresenta e se uma pessoa pensa positivo o nosso caminho é sempre o horizonte”, começou por explicar Isabel Fonseca, que emigrou apenas por um ano para a Suíça e já ali está há mais de três décadas.

Em Portugal a Igreja Católica assinala a 42ª Semana das Migrações, que começou este domingo e termina no dia a 17 de agosto, com o tema “Migrações: rumo a um Mundo melhor”, e a Peregrinação Aniversária a Fátima, nos dias 12 e 13 de agosto, é o acontecimento central de várias iniciativas.

Isabel Fonseca já trabalhou num banco, faz traduções para alemão e agora, depois de um curso na área da saúde, trabalha num hospital sempre com o pensamento de voltar definitivamente para Portugal e de proporcionar o melhor para o filho.

“É o nosso país de origem e pensa-se sempre em voltar. Planos nunca se podem fazer muito porque só Deus é que sabe o que está destinado na nossa vida e tenho investido sempre no futuro no meu filho”, disse a emigrante portuguesa.

Para o filho, Filipe Fonseca, estudante de medicina que acompanha a mãe nas férias, Portugal é apenas o país que o acolhe anualmente durante um período “bem passado”, mas que tem muitas diferenças em relação à Suíça.

“Só conheço Portugal como férias, não estou a ver como podia viver aqui. Para mim é uma grande diferença, a mentalidade, mais pessoas, o clima, a comida”, explica Filipe, com 18 anos.

Ao programa de rádio ECCLESIA que vai ser transmitido esta terça-feira, às 22h45 na Antena 1 da estação pública, Isabel Fonseca deseja ainda aos emigrantes que regressam de vez a Portugal “muita coragem e felicidades”, para mais uma etapa da vida.

SN/CB

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