Sudário de Turim envolto em nova polémica

A Cúria de Turim, norte da Itália, em cuja Catedral está o Santo Sudário, garantiu que a única imagem de Jesus que aparece no linho é a impressa na parte superior da peça. Com essa afirmação, a Cúria responde às declarações de dois estudiosos italianos do Santo Sudário que garantem que há outra imagem na parte de trás da tela. Giuli Fanti e Roberto Maggiolo, da Universidade italiana de Pádua, descobriram, segundo eles, mediante sofisticadas técnicas matemáticas e ópticas, a imagem de um rosto na parte de trás do Santo Sudário. Fontes da Cúria destacaram que a “única imagem de Cristo” é a que aparece na parte superior do Sudário e que isso foi comprovado definitivamente em 2002, quando foi tirado um forro, costurado em 1532, pelas monjas clarissas francesas de Chambéry (França), para reforçá-lo. O Santo Sudário, uma das relíquias mais famosas do cristianismo, é o pano de linho puro, que alguns afirmam ter sido utilizado para envolver o corpo de Jesus Cristo após sua crucificação. Mede 4 metros e 36 centímetros de comprimento por 1 metro e 10 centímetros de largura. Giuseppe Ghiberti, especialista da comissão diocesana de Turim responsável pelo Santo Sudário, e Nello Balossino, professor de Informática na Universidade de Turim, explicaram ainda que olhando para a parte de trás do Sudário “pode-se ter a sensação de que há uma segunda imagem, já que as grandes manchas de sangue em regiões como a testa, as costas e as mãos cravadas parecem formar uma segunda imagem”. “É o olho humano, por um defeito fisiológico da visão, que tende a ver essa imagem, que, no entanto não, existe. Nós consideramos que o sangue passou de uma parte para outra do Sudário, mas a imagem não”, asseguram. O Santo Sudário foi submetido a uma restauração nos meses de Julho e Agosto de 2002, com o objectivo de ser conservado o maior tempo possível. Há notícia dele desde 1353, quando um pano que supostamente serviu de mortalha para Cristo apareceu em Lirey (França), levado pelas expedições que estiveram na Terra Santa. Um século depois, chegou às mãos dos duques de Savóia, que o guardaram em Chambéry. Em 1532, foi danificado num incêndio e, em 1694, foi transferido para a capela do Duomo (Catedral) de Turim. Os testes para provar se realmente envolveu o corpo de Cristo começaram em 1898, depois que um fotógrafo de Turim ter feito uma foto do manto e, na revelação, descoberto que os negativos mostravam o corpo e o rosto de um homem crucificado. Em 1989, o Sudário foi submetido ao teste do carbono-14 em três laboratórios da Suíça, Estados Unidos e Reino Unido. Os resultados dos testes datavam o tecido como sendo do período 1260 a 1390. Vários especialistas criticaram os testes, considerando que foi mal feito: os três pedaços do tecido que foram cortados, naquela ocasião, para servir de amostra para o teste, eram das pontas, ou seja, a parte pela qual o manto foi suspenso nas inúmeras ocasiões em que foi apresentado aos fiéis ao longo dos séculos. Em Abril de 1997, um incêndio destruiu a capela Guarini, onde o Santo Sudário é guardado, mas a relíquia foi resgatada sem sofrer danos. Meses mais tardes, foi estendida e não enrolada como até então, numa caixa à prova de incêndios e atentados. A Igreja sempre considerou como irrelevante esta peça, ao assinalar que o Santo Sudário não é uma prova, “mas um convite a rezar”. A impressão no lençol de Turim deu- se por uma radiação luminosa-térmica: há vestígios de uma anormal produção de energia, que se pode comparar a uma explosão atómica, controlada e em relevo, segundo a profundidade da queimadura. A NASA confirmou que a impressão está de acordo ponto por ponto, com a distância do corpo que “explodiu atomicamente”: a impressão, tridimensional ( caso único dentre todos os objectos analisados pela NASA até hoje) do Sudário, deu-se por radiação de um milionésimo de segundo. A impressão é uniforme e dependendo da distância, maior ou menor, do corpo. Não há contacto nem marcas de decomposição.

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