Lisboa, 28 ago 2014 (Ecclesia) – Os Serviços de Segurança do Sudão, África, encerraram “compulsivamente” a Igreja Pentecostal de Cartum porque estava num edifício “de escritórios não licenciado como templo”, informa a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
“A igreja ficará encerrada até que as autoridades legalizem o espaço como local de culto”, explica a AIS que recorda que em julho, o Sudão “impôs uma moratória sobre a edificação de novas igrejas”.
Esta moratória surgiu na sequência da ordem de demolição da Igreja de Cristo de Bahri, situada a norte da capital do Sudão, Cartum.
“Não há verdadeira liberdade de religião e de consciência no país”, alertou o bispo de Tombura-Yambio que considera “preocupante” a situação dos cristãos neste país de África, especialmente desde a independência do Sudão do Sul, a 9 de julho de 2011.
As declarações de D. Eduard Hiiboro Kussala surgiram após o caso da sudanesa Meriam Ibrahm, condenada à morte por apostasia e adultério, e que depois de libertada foi recebida, com o marido e os dois filhos, pelo Papa Francisco no Vaticano.
O prelado explicou ainda que aos bispos e sacerdotes “não são concedidos passaportes” e “não têm estatuto legal”.
“Eles podem deixar o país mas a reentrada pode ser recusada”, acrescentou o bispo de Tombura-Yambio que revelou que “já foram expulsos sacerdotes e há bispos condenados a permanecer em silêncio”.
A fundação pontifícia AIS assinala que a Constituição do Sudão, onde vivem mais de três milhões de cristãos, “garante formalmente a igualdade de direitos dos cidadãos, independentemente da religião”.
AIS/CB