Sudão do Sul: Religiosa relata efeitos da guerra na nação mais jovem do mundo

Violência não demove missionária italiana do regresso ao país africano

Lisboa, 03 jul 2014 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre alerta para os efeitos da guerra no Sudão do Sul, em concreto na cidade de Malakal com o testemunho de uma missionária comboniana, num artigo publicado hoje no Semanário ECCLESIA.

“Meses depois da independência, a guerra voltou, mais trágica ainda, ao Sudão do Sul. Um conflito tribal desabou sobre esta jovem nação e provocou já milhares de mortos e cerca de um milhão de refugiados”, contextualiza o departamento de comunicação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

O artigo conta a realidade da cidade de Malakal, no norte do Sudão do Sul, que tinha mais de 250 mil habitantes e agora “até os animais parecem ter fugido, por vezes, escuta-se o ruído apressado de carros que transportam homens armados”.

Outra realidade é a da irmã Elena Balatti, missionária comboniana, que abandonou Malakal, mas “quer voltar” mesmo não conseguindo “esquecer a violência”.

“Houve pessoas mortas nas igrejas. Ainda tenho na memória a imagem do mercado, com as decorações de Natal, pouco antes do ataque de 24 de dezembro, agora aquele mercado já não existe. Todas as estruturas governamentais foram saqueadas e incendiadas”, recorda a missionária de origem italiana.

“Depois da nossa casa também ter sido saqueada, já não tínhamos onde morar. Ficámos (três irmãs) ao lado dos sacerdotes locais, mas agora que todos fugiram, já não havia razões para permanecermos numa cidade deserta”, acrescenta a irmã Elena Balatti.

O Sudão do Sul, onde predomina a religião cristã ganhou a independência em 2011, “depois de meio século de luta contra o norte maioritariamente árabe e muçulmano”, desenvolve a AIS, realçando que “nem as bases da ONU, com campos de refugiados, são poupadas”.

Este conflito tribal tem de um lado as forças governamentais do presidente Salva Kiir e do outro lado elementos fiéis a Riek Machar, o ex-vice-presidente do Sudão do Sul que foi destituído em 2013, e que pertencem às etnias Dinka e Nuer.

“A Igreja tem um papel essencial a desempenhar depois destes dias de terror. É preciso acreditar, é preciso ter esperança”, considera o departamento de comunicação da Ajuda à Igreja que Sofre que assinala o apoio que a Fundação dá às Irmãs Combonianas no Sudão do Sul.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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