Francisco manifestou preocupação pela população e pela Igreja devido a conflito que dura há dois anos
Cidade do Vaticano, 24 mar 2018 (Ecclesia) – O Papa Francisco quer visitar o Sudão do Sul, país em conflito desde 2013, após dois anos de pacificação, e manifestou a sua vontade de que a viagem seja ecuménica.
O desejo foi revelado aos membros do Conselho de Igrejas do Sudão do Sul que na manhã desta sexta-feira foram recebidos pelo Papa Francisco.
“Enquanto houver uma parte que seja do corpo da Igreja que sofre, não consegue repousar em paz”, disse o Papa aos nove membros da delegação a quem exprimiu a vontade de visitar o país.
Não é a primeira vez que o Papa Francisco revela a intenção de visitar este país mas em maio de 2017 o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, descartou essa possibilidade.
A situação de violência e fome neste país africano está nas preocupações do Papa Francisco que convocou, em 23 de fevereiro, uma jornada de oração e jejum pela paz no Sudão do Sul.
“O Papa quer estar próximo do povo que sofre. Nós aguardamos para saber quando acontecerá”, adiantou o secretário do Conselho das Igrejas do Sudão do Sul, o padre James Oyet Latansio.
Reconhecendo que a segurança “não pode ser garantida a 100%”, o responsável assume que “se o Papa decidir ir, como o fez para a República Centro-Africana e Mianmar, nós ficaremos muito felizes em acolhê-lo”.
O padre Latansio deu ainda conta do desejo do Papa ser acompanhado pelo arcebispo de Cantuária e com os expoentes da Igreja presbiteriana da Escócia, tornado esta uma deslocação ecuménica.
O responsável assegurou o trabalho conjunto das Igrejas pela paz e os esforços de “unidade e reconciliação”.
O Sudão do Sul está em guerra desde 2013, após dois anos de paz, decorrentes da declaração de independência em 2011.
A fome e os conflitos votam a população a grandes dificuldades, como a Ecclesia deu conta no testemunho do missionário comboniano José Vieira.
LS