Sudão do Sul: Missionários combonianos deixam missão devido ao confronto entre governo e rebeldes

Padre Raimundo Rocha dos Santos apela ao fim da «destruição no país»

Juba, Sudão do Sul, 12 mai 2015 (Ecclesia) – Quatro missionários combonianos foram obrigados a abandonar a sua missão na cidade de Leer, no Sudão do Sul, devido à eminência de um confronto na região entre tropas governamentais e forças rebeldes contrárias ao regime.

De acordo com a página oficial da congregação comboniana, os missionários, três homens e uma mulher, foram “transportados em dois helicópteros das Nações Unidas” em conjunto com “mais de vinte funcionários das organizações de ajuda humanitária” a operarem naquele território.

Para o padre português Raimundo Rocha dos Santos, há vários anos no Sudão do Sul, é fundamental que os “responsáveis das forças políticas do Sudão do Sul cheguem a um acordo de paz efetivo e parem com a destruição do país e com a matança dos cidadãos inocentes”.

A cidade de Leer está sob controlo dos rebeldes desde abril de 2014 mas os confrontos começaram em dezembro de 2013, tendo já causado segundo a ONU dezenas de milhares de mortos e cerca de dois milhões de deslocados.

O sacerdote comboniano dá conta da “tristeza e indignação” dos “missionários que chegam da zona dos conflitos, por não poderem estar ao lado do povo e continuarem o seu trabalho de evangelização”.

Se “a crise humanitária” naquele país “já era grave”, deverá agora “piorar”, à medida que “governo e oposição continuam a violar o acordo de cessar-fogo”.

“É provável que a missão de Leer seja saqueada mais uma vez, se é que já não foi, devido à saída dos missionários. Enquanto isso, o povo deixava a cidade para se refugiar no mato ou nos povoados mais distantes”, relata o padre Raimundo Rocha dos Santo.

Face à saida das forças de apoio humanitário, cerca de 300 mil civis vão ficar sem qualquer tipo de assistência básica.

JCP

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