Sudão do Sul: Guerra civil cria cenário de «horror»

Juba, 21 jan 2014 (Ecclesia) – O Conselho de Igrejas do Sudão do Sul denunciou “os milhares de mortos” vítimas da guerra civil alertando, em comunicado enviado à Agência Fides, para “o horror” pelo qual passa a população do país africano.

“Os combates entre militares fiéis ao presidente Salva Kiir e os rebeldes do antigo vice-presidente Riek Machar provocaram desde dezembro de 2013 milhares de mortos, 400 mil desalojados internos e mais de 80 mil sudaneses refugiados nos Estados limítrofes” relata o comunicado, que se refere a este drama como “um horror”.

“Para nós é terrível ver que um problema político interno de um partido de governo, o SPLM (Movimento de Libertação do Povo Sudanês), se tenha rapidamente transformado num conflito étnico de uma dimensão assustadoramente ampla”, afirma o Conselho de Igrejas do Sudão do Sul.

Os representantes das Igrejas cristãs expressam a “sua solidariedade às vítimas e às populações em fuga” e fazem um apelo às partes em conflito “para que cessem imediatamente as hostilidades, permitam a criação de corredores humanitários para socorrer as populações em dificuldade e resolvam as suas controvérsias de modo pacífico”.

Os líderes cristãos comprometem-se a “promover a paz criando comités de aldeia para pacificar os moradores e convidando os fiéis a não caírem na tentação do confronto interétnico”.

O documento do organismo que reúne as principais confissões cristãs do Sudão do Sul enviado à Agência Fides, do Vaticano, propõe ainda convocar uma conferência nacional para delinear o futuro do Sudão do Sul, aberta aos membros da sociedade civil, porque “a soberania pertence ao povo e não a indivíduos ou partidos políticos”.

No dia 15 de dezembro de 2013 iniciaram-se no Sudão do Sul conflitos armados entre forças de segurança do Estado e milícias rebeldes, levando a que mais de 23 mil pessoas fugissem da violência para o Uganda, país vizinho, informa a ONU.

MD

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