Lisboa, 19 fev 2016 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) dá conta de “pelo menos sete mortos e cerca de 30 feridos” num ataque ao campo de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) em Malakal, no Sudão do Sul.
“Aparentemente, o ataque dever-se-á a tensões tribais existentes no campo da ONU, onde as pessoas são agrupadas consoantes as etnias procurando-se, assim, separar grupos rivais impedindo eventuais focos de tensão”, informa a AIS.
Numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, a fundação pontifícia contextualiza que este “grave incidente” aconteceu poucos dias depois de o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, ter convidado o ex-vice-presidente, Riek Machar, para uma das vice-presidências “procurando aparentemente enterrar o machado de guerra”.
De recordar que a mais jovem nação do mundo, situado no nordeste de África, vive uma guerra civil que “já causou milhares de mortos e pelo menos cerca de 2 milhões de deslocados”, desde dezembro de 2013.
“É uma consequência de fortes tensões e rivalidades étnicas, nomeadamente entre os Dinka e os Neur, respetivamente as etnias do atual presidente e do ex-vice-presidente”, acrescenta a AIS, quando Salva Kiir acusou Riek Machar de “estar a preparar um golpe de Estado”.
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre assinala que o país tem “sofrido” uma onda terrível de violência com “grupos armados a assaltar aldeias e vilas” onde queimam casas, violam mulheres, matam indiscriminadamente e “recrutam crianças para ingressarem, como soldados, nas fileiras dos vários grupos”.
Neste contexto, relembrar que a ‘Caritas Internationalis’ está a realizar uma campanha de recolha de fundos de emergência a favor das dioceses mais atingidas pela guerra civil no Sudão do Sul.
“O objetivo é angariar cerca de 2,1 milhões de euros para garantir a subsistência dessas populações, ao longo de 2016”, pode ler-se num comunicado da organização católica, publicado a internet.
AIS/JCP/CB