Lisboa, 22 mar 2012 (Ecclesia) – O governo da República do Sudão retirou a nacionalidade a centenas de milhares de cristãos e deu-lhes até 8 de abril para abandonarem o pais, denunciou hoje a AIS – Fundação Ajuda a Igreja que Sofre.
Numa nota publicada através da sua página na internet, com o apoio de uma organização cristã de solidariedade chamada Barnabas Fund, a AIS realça que “esta situação está a deixar a Igreja local muito apreensiva”.
“Muitos cristãos simplesmente não podem deixar o Sudão de um dia para o outro, onde têm as suas casas e onde vivem e trabalham com as suas famílias”, sustenta D. Daniel Adwok, bispo auxiliar de Cartum, capital daquela nação africana.
As organizações cristãs temem que “a perspetiva de um êxodo em massa”, que envolve atualmente cerca de 700 mil pessoas, se transforme numa “emergência humanitária”, agravando ainda mais o clima “extremamente hostil” que tem atingido as populações não-islâmicas e não-árabes.
De acordo com a Barnabas Fund, “aqueles que permaneçam no Sudão poderão ser alvo de perseguições ou mesmo de repatriamento forçado”.
O “ultimato” do Governo do Sudão, nação maioritariamente muçulmana, surge na sequência da declaração de independência da parte sul do território, oficializada em julho de 2011.
As autoridades pretendem repatriar todas as pessoas originárias do Sudão do Sul, uma região onde predomina a fé cristã.
AIS/JCP