Comunicado conjunto assinala dois anos de guerra no país africano

Lisboa, 15 abr 2025 (Ecclesia) – A Cáritas uniu-se hoje a um apelo conjunto de instituições cristãs de solidariedade, no segundo aniversário da guerra no Sudão, alertando para a “maior e mais devastadora crise” humana do mundo, que atinge o país africano.
“A guerra no Sudão desencadeou a maior e mais devastadora crise humana do mundo. Mais de 30 milhões de pessoas, mais de metade da população do Sudão, necessitam atualmente de assistência urgente. O Sudão e o seu povo são deixados na sombra – enquanto a crise continua a agravar-se e as pessoas lutam para sobreviver”, refere o documento, enviado à Agência ECCLESIA.
O apelo conjunto é assinado pela Aliança ACT, ‘Caritas Internationalis’, Conselho Mundial de Igrejas, Conferência das Igrejas de África, Associação das Conferências Episcopais Membros da África Oriental e Cáritas África.
“A crise do Sudão exige uma atenção urgente e inabalável por parte da comunidade internacional. O caminho para a paz não é apenas uma aspiração, mas uma base essencial para a sobrevivência e o futuro de milhões de pessoas. O financiamento dos esforços de socorro não é um gesto de boa vontade, mas uma tábua de salvação indispensável para as pessoas apanhadas no fogo cruzado da violência e das deslocações, que morrerão aos milhões de pessoas”, refere Alistair Dutton, secretário-geral da confederação internacional da Cáritas.

O responsável pede que seja salvaguardado o acesso humanitário, para “garantir a entrega de ajuda crítica aos mais vulneráveis, sem barreiras ou atrasos”.
“Trata-se de um imperativo moral, de um teste à solidariedade mundial e de uma oportunidade de trazer esperança e estabilidade a uma nação que tem sofrido dificuldades indescritíveis”, acrescenta.
O apelo conjunto refere que, na última sexta-feira, ataques terrestres e aéreos coordenados contra Zamzam, Abu Shouk e Al Fasher resultaram em “consequências catastróficas para a população civil”.
A situação no Sudão é terrível e sem um forte impulso concertado para as conversações de paz o conflito só irá piorar. A comunidade internacional não pode continuar a fechar os olhos ao Sudão. Temos de atuar de forma decisiva para levar as partes à mesa de negociações e trabalhar no sentido de uma resolução sustentável do conflito”.
No último domingo, o Papa evocou o “triste” segundo aniversário do início do conflito no Sudão, a 15 de abril, “com milhares de mortes e milhões de famílias forçadas a abandonar as próprias casas”.
“O sofrimento das crianças, das mulheres e das pessoas vulneráveis clama aos céus e implora-nos a agir. Renovo o meu apelo às partes envolvidas, para que ponham fim à violência e assumam caminhos de diálogo, e à comunidade internacional, para que não falte a ajuda essencial às populações”, escreveu Francisco, na reflexão preparada para o ângelus.
OC