Sucesso dos filmes sobre a eutanásia preocupa o Vaticano

O bispo Elio Sgreccia, vice-presidente da Academia Pontifícia para a Vida, considera que a eutanásia apresentada como resposta ao sofrimento no filme “Million Dollar Baby” de Clint Eastwood – vencedor em quatro categorias na noite dos Óscares 2005, entre as quais melhor realizador e melhor filme – “não é a melhor solução”. Além desta obra, o filme “Mar Adentro”, do realizador espanhol Alejandro Amenabar, sobre a história verídica de um tetraplégico (Ramón Sampedro) e o direito à eutanásia, venceu Domingo o Óscar de melhor filme estrangeiro. “Como reagir perante uma vida despedaçada e uma morte desejada?” foi a pergunta lançada pela Rádio Vaticano. A resposta do vice-presidente da Academia Pontifícia para a Vida assinala que é necessária manter “uma atitude de compaixão pelo sofrimento”, sobretudo pelo facto de estarmos na presença “de impossibilidade total de movimento”. “É difícil compreender o que sucedeu e até que ponto a tempestade dos sentimentos e da piedade puderam arrastar as pessoas”, alerta. Sobre a eutanásia, o prelado não deixa dúvidas, vincando que “desde o ponto de vista da moral e da verdade temos de perguntar se esta é a melhor solução”. “A melhor solução não é a de antecipar a morte e a de acabar com uma vida atormentada, mas a de oferecer razões de esperança e de sentido para o sofrimento”, conclui. A emissora pontifícia reconhece o grande nível cinematográfico com o qual foi realizada a obra de Clint Eastwood, em particular na forma como “trata os sentimentos”. O melhor filme do ano para a academia de Hollywood é a história de uma jovem (interpretada por Hilary Swank, vencedora do Óscar para melhor actriz) apaixonada pelo boxe, cujos sonhos ficam desfeitos por um trágico acidente.

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