“Este é o único museu do mundo que não quer ter mais peças” – disse Almeida Rodrigues, Director da Polícia Judiciária (PJ), realçando a importância do trabalho de sensibilização que tem vindo a ser feito pela PJ, de que a exposição SOS Igreja é um exemplo, no entendimento de que a arte sacra só faz sentido quando está “no seu devido lugar”.
Almeida Rodrigues, que falava na abertura da exposição SOS Igreja, que vai estar patente no Convento de S. Francisco, em Santarém, até 14 de Março, disse que os elementos desta brigada da PJ são especialistas que conhecem a arte e os circuitos das transacções, assegurando que a polícia “vai onde é preciso” para recuperar os bens culturais portugueses.
O bispo de Santarém, D. Manuel Pelino, saudou o projecto promovido pelo Museu da PJ “Igreja Segura/Igreja Aberta”, a que a diocese de Santarém aderiu, como elemento essencial para que a arte existente nas igrejas “possa ser fruída e cumpra a sua função”.
Realçando que “a liberdade só faz sentido se nos sentirmos seguros”, o presidente da Câmara Municipal de Santarém, Francisco Moita Flores, frisou a importância da salvaguarda e preservação da arte e dos monumentos, como elementos essenciais à memória colectiva.
Moita Flores adiantou que o local que acolhe a exposição, a igreja do Convento de S. Francisco, também ele “roubado há 150 anos” à população e devolvido há alguns meses a Santarém, tem a “carga simbólica” que a mostra exige.
Com recurso a meios multimédia, a exposição “SOS Igreja” é apresentada de forma inovadora, em sessões de 45 minutos que começam com uma cortina que se abre ao som de canto gregoriano para um espaço na penumbra onde uma voz off conta a história de cada uma das peças que vai sendo iluminada.
Com «Mirante»